Home

 

 

 

A violência urbana através da manchete

 

 

 

 José Wilson Furtado

 

 

 

 

O SAMBA ENREDO E A LEI

 

José Wilson Furtado

 

Um fato interessante foi registrado no carnaval de 1994 e digno de registro. Os cantores Neguinho da Beija Flor e Preto Jóia intérpretes de sambas-enredos de escolas de samba, foram convidados a prestar esclarecimentos na Procuradoria Geral da Justiça do Rio de Janeiro, sobre referências que fizeram a banqueiros do bicho, na gravação do disco com as músicas do carnaval deste ano. Na abertura do samba-enredo da Beija Flor, Neguinho exaltava Aniz Abrão David, o Anísio , enquanto Preto Jóia fazia alusão a Luís Pacheco Drumond, o Luizinho da Imperatriz. Como Luizinho e Anísio estão presos, o Promotor de Justiça carioca José Augusto de Araújo Neto considerou as referências como "Apologia a Criminosos" – crime previsto no Código Penal Brasileiro. Na abertura do samba-enredo da Beija Flor, Neguinho diz: Alô Anísio quem te conhece sabe quem você é e a família da Beija Flor te ama". Já Preto Jóia fazia referência direta ao contraventor Luizinho, ao afirmar na abertura do samba-enredo da Imperatriz: "Luís Pacheco Drumind. A força da tua presença está muito viva dentro de cada nós". Anísio cumpre pena de seis anos de reclusão no Instituto Penal Vieira Ferreira Neto, em Niterói, enquanto Luizinho está no Presídio Ari Franco, em Água Santa, também cumprindo pena de seis anos. Os dois contraventores foram condenados em maio de 1993 pela intrépida juíza Denise Frossard, por formação de quadrilha armada. Em reportagem que dera ao Jornal Nacional edição do dia 28.01.94, Neguinho da Beija Flor disse que já sabia da decisão as Procuradoria, mas que ainda não havia decidido o que fazer. "Não entendendo muito disso", afirmou. "Nem sei se Anísio que eu falo é aquele Anísio lá de Nilópolis". O Procurador Araújo Neto fiscalizou a Escola de Samba Estácio de Sá, que segundo os comentários iria colocar na Marquês de Sapucaí um carro alegórico homenageando o seu patrono, o banqueiro de bicho, José Petros. O Zinho, também condenado pela Juíza Denise Frossard. O presidente da Estácio de Sá, Acyr Pereira Alves, também depôs sobre a matéria. Os filhos de José Petros, o Zinho, o porta-voz da contravenção, publicaram notas nos principais jornais do Rio com o título "Que Justiça é essa?", na qual destacam o fato de o pai nunca ter andado com arma e ter sido condenado por formação de quadrilha armada. Os quatro – Jorge (médico), Ronaldo (engenheiro), Ana (advogada) e Mauro (professor) declararam no Programa da Hebe Camargo, que Zinho jamais se envolveu numa briga e que eles, como adultos, suportam a injustiça sofrida pelo pai, mas que seus filhos perguntam sempre pelo avô e não sabem como responder as dúvidas dos colegas de escola. Segundo informações da Agência Estado de São Paulo (AE, 28.01.94), o Procurador Geral de Justiça no Rio de Janeiro, Antônio Carlos Biscaia ameaçou a apreensão do disco com os sambas-enredos das escolas, caso ficasse comprovada a apologia aos contraventores do jogo do bicho, feita pelos cantores Neguinho da Beija Flor e Preto Jóia; este por sua vez disse a imprensa que na realidade fez alusão ao contraventor Pacheco Drumond, na gravação do samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense, aliás a campeã do sambódromo: "Falei porque durante muitos anos ele foi patrono da escola. Se eu soubesse que ia dar essa confusão, não teria falado". Segundo a Agência AFP, os sambistas integrantes da Escola de Samba Caprichosos de Pilares iriam desfilar com um carro alegórico contendo figuras do ex-presidente Collor de Mello, ao lado de Paulo César Farias e do deputado João Alves (BrJol AFP) e, não houve tanta celuma por quê? O Código Penal em seu artigo 287, prescreve in verbis: "Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime". Entendemos, como um provinciano atrevido, que houve um certo exagero por parte do Ministério Público carioca, uma vez que, o elogio ao contraventor do artigo supra. Isto é Brasil. (TRIBUNA DO CEARÁ, 24/02/94)

 

 

 

 

 

DA VIOLA À PISTOLA

 

José Wilson Furtado

 

No dia 05 de novembro de 1993, a cidade de João Pessoa, na Paraíba, Nordeste brasileiro, virou palco de bangüe-bangue à italiana, semelhante ao tradicional filme "Giorno del Ira" com Giuliano Gemma, quando então, na tarde daquele dia, o governador Ronaldo Cunha Lima, armado de revólver, calibre 38, de inopino, disparou dois (2) balaços contra o ex-governador do Estado, o intelectual Tarcísio Burity, para em seguida, demonstrando o seu comportamento pusilânime, fugiria do loccus delicti, em direção à Campina Grande, sendo perseguido pelo aguazis da Polícia Federal paraibana e preso em flagrante, cujo auto de flagrante atendeu aos requisitos legais, visto que não houve a quebra da continuidade imediatamente objetiva dos fatos, conforme semântica Legis do art. 302 do Código de Processo Penal. Posteriormente, tentando eximir-se da prática de seu comportamento vandálico e homicídico, Ronaldo Cunha asserverou que somente assim, agira, impulsionado pelo ímpeto da violenta emoção. O caso Burity, como assim ficou conhecido, chocou a todos os paraibanos , que desconheciam este lado deletério do atual Governador. Ronaldo Cunha é uma pessoa querida em Campina Grande, onde nasceu. Nesta cidade, a 135 Km da capital, João Pessoa, ele costuma andar a pé pelas ruas, em segurança. Para de bar em bar, tomar cachaça com eleitores e bater papo. É poeta e faz literatura de cordel. Na década de 60, Ronaldo Cunha foi vereador, deputado estadual e Prefeito de Campina Grande. Foi cassado pelo regime militar em 69, quarenta e dois dias após assumir o mandato de Prefeito. Sem os direitos políticos, mudou-se para o Rio de Janeiro e passou a advogar, chegando a obter o título de advogado do ano em 1981. No ano seguinte, com os direitos políticos readquiridos, venceu a eleição para Prefeito de Campina Grande.

 

Elegeu o filho Cássio Cunha Lima, deputado federal em 1986. Em 1990, ganhou a eleição para Governador, e o mais curioso, tendo como seu principal aliado, o ex-governador Tarcísio Burity, que Ronaldo tentou matá-lo. Depois da política, o principal hobby de Ronaldo Cunha é a literatura de cordel. Seu jeito boêmio, o credenciou como poeta da noite, como demonstram os versos que fez, pedindo desculpas à mulher, por gostar tanto da noite: "Eu peço tanto amor, que se acostume/com meu modo boêmio de viver/o diabo é que você não tem ciúme, tem raiva deste meu jeitão de ser. A noite é pura, amor./Só dá prazer, os bares, os amigos de costume./ A lua, a rua, a praça, um vaga-lume/ brincando de apagar e de acender.

 

As vagabundas ou as bundas vagas,/mulheres mal amadas e mal pagas,/estas o bom boêmio não as vê./ O bom da noite, amor, é a boemia/ e a certeza de amanhecer o dia/ abraçado de novo com você". De modo tresloucado, na fatídica tarde do dia 05/11/93, Ronaldo da Cunha esquece a veia poética e transforma-se num pistoleiro, atirando no rosto de Tarcísio Burity, sem oferecer-lhe a menor chance de revide, e o mais repugnante, ainda alegando legítima defesa. Se fosse um homem comum, Ronaldo ainda estaria preso. Todavia, como estamos no País da impunidade e o governador Ronaldo Cunha, teve o seu flagrante relaxado por uma liminar concedida pelo ministro José Cândido,do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sem examinar o mérito do recurso de hábeas corpus, impetrado pelo advogado Saulo Ramos. Evaristo de Morais, um dos grandes advogados deste País, contratado pela família de Ronaldo da Cunha, declarou em entrevista ao Jornal O Globo,08/11/93, que seu cliente atirou no ex-governador Tarcísio Burity, após rápida discussão e porque sentiu-se ameaçado e insultado pelo adversário político no interior do Restaurante Gulliver, na Praia de Timbaú. A Câmara dos Vereadores de Campina Grande ofereceu uma comenda em homenagem ao governador Ronaldo Cunha, e não se espantem se no Tribunal do Júri o Governador não for absolvido pelo carpideirismo. (TRIBUNA DO CEARÁ, 10/03/94)

 

AMOR E PRECONCEITO

 

José Wilson Furtado

 

Em Atos, 10, 34 – vamos encontrar a celebérrima lição de igualdade entre os homens: "E abrindo a boca Pedro disse: "Reconheço em verdade que Deus não faz acepção de pessoas". Será que todos nós estamos realmente seguindo a lição do mestre do Universo? Quantas vezes, o nosso egocentrismo falou mais alto e aviltamos o nosso semelhante, como se o sol não nascesse para todos. Em Porto Alegre, no dia 08 de março de 1994, o comerciante palestino Mahamud Ali Mahamud Mustafá de 60 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri gaúcho, a 16 anos de reclusão, por ter assassinado a própria filha. Contra a vontade do pai, Sara Mahamud, de 27 anos, namorava um brasileiro de origem alemã, o que acabou provocando o assassinato. O veredito popular, agradou a população de Porto Alegre, onde morava a vítima. A decisão do júri surgiu depois de 12 (doze) horas de trabalhos estafantes através do Conselho de Sentença, composto por 5 (cinco) homens e 2 (duas) mulheres, na 1ª Vara Judicial do Fórum da Cidade presidido pelo juiz Fernando Flores Cabral Júnior. Acusado pelo promotor Francisco Farias Guimarães e defendido por três advogados – Eraldo Ribas, Remim Molim e Gilberto Guedes, ele foi condenado por homicídio qualificado, sem direito de apelar em liberdade, e, sendo levado para o presídio de São Leopoldo, de uma cidade vizinha. O preconceito teve seu início, quando Mustafá desaprovou o namoro de Sara com um rapaz de procedência alemã. Em 1992, uma tragédia internacional, versando sobre o preconceito, abalaria os quadrantes de todo o universo, quando a jovem Trina Iasa, de apenas 16 anos, fora morta, barbaramente pelos pais, simplesmente porque queria viver uma típica adolescente americana. Desejava ser livre, trabalhar fora de casa e namorar alguém que não fosse de sua religião. O Juiz Presidente do Tribunal do Júri de Saint Louis (EUA), Charles A. Shaw, condenou os pais de Tina Isa, o Palestino Zein Isa e sua mulher, a brasileira Maria Isa, a pena máxima da morte, sentença datada de 19/11/1991. Transferidos para penitenciárias de condenados à pena máxima no Missouri, juntando-se a outros condenados no Corredor da Morte, eles serão executados por uma injeção letal que introduzirá em suas veias três (3) substâncias químicas que provocam a morte rapidamente, mas antes tiram a consciência dos executados (New York Times, 01/12/92). Em Fortaleza, recentemente um júri emocionou aos cabeças chatas. No dia 13 de maio de 1993, depois de oito (8) horas de trabalho, com a réplica, o 3º Tribunal do Júri, sob a presidência do pundunoroso Magistrado e escritor Celso Girão, o Conselho de Sentença, por maioria de votos (5X2), condenou o subtenente da Polícia Militar do Ceará José Barroso do Nascimento, a uma pena concreta de 12 anos e meio de reclusão, pelo assassinato da vítima Francisco Linhares Rodrigues. O crime praticado pelo sub-oficial da PM, ocorreu no dia 23/05/88, às 18 horas, na Rua Jaime Benévolo no Bairro de Fátima, tudo porque o militar em referência não concordava que sua filha Marília Pires Barroso namorasse com a vítima que era paraplégico. Este júri emocionou toda a sociedade alencarina, e, teve na tribuna de acusação, um dos maiores nomes do Ministério Público Cearense, o promotor de Justiça Benjamim Pacheco, coadjuvado pelo brilhantismo do Assistente – advogado Aldenor Xavier. No dia 18 de agosto de 1993, numa tradicional quarta-feira. A Rede Globo de Televisão, através do Programa "Você Decide", apresentou o caso de uma jovem de nome Gisa que se apaixona por um médico de nome Dr. Roberto. O namoro ia tudo bem, quando a família da jovem descobriu que o médico era de cor morena, resolveu interferir. No final o público brasileiro através de 42.874 telefonemas, contra 16.439. opinou que no verdadeiro amor, o preconceito não deveria existir. A felicidade de alguém não está identificado através de sua cor ou credo. O preconceito é caretice e por isso deve ser afastado de todos nós que somos seguidores dos ensinamentos de Deus. (TRIBUNA DO CEARÁ, 24/03/94)

 

 

 

 

 

RITUAIS SATÂNICOS

 

José Wilson Furtado

 

O Jornal Tribuna do Ceará, edição de domingo, dia 10/07/94, traz uma excelente reportagem de Vólia Rocha, sob o tema: "Ocultismo na Linha do Crime". Segundo a matéria supra, o assassinato mórbido da garota Elisvânia, sacrificada pela patroa, teve incursões de magia negra. Em um dos trechos, Vólia enfatiza: "mantida em cárcere privado, sem alimentação, a garota ficou meses sob o domínio de uma verdadeira fera que sem nenhuma piedade, e, ao que tudo indica, se deliciando com suas dores, lhe impingia sofrimentos inimagináveis de serem suportados por um adulto, quanto mais por uma criança fragilizada física e emocionalmente". Tudo leva a crer, que os fluídos metistofélicos da patroa Islana Barbosa, uma grã-fina da Aldeota, levaram a desditosa criança, a uma sessão de sadismo satânico.

 

O sadismo é o ato de causar dor em outra pessoa, de modo intencional e repetidamente, às vezes, até alcançar a excitação sexual. Do ponto de vista semântico, a expressão remonta o Marquês de Sade, autor francês, que escreveu muitas obras sobre a crueldade, como forma de se obter a satisfação sexual. Segundo os sexólogos Master & Jonhson, em seu opúsculo. "Relacionamento Amoroso". As formas de sadismo percorrem uma escala que vai desde encenações suaves e cuidadosamente controladas, até ao crime de homicídio ou tortura por luxúria". (Master & Johnson, pag. 284). A carnificina que sofreu a menina Elisvânia, não é um caso isolado. No dia 02 de janeiro de 1994, na Cidade de Belém, foram presos dois médicos e um ex-policial, envolvido na castração de menores. Segundo a Polícia Paraense, a mulher de nome Valentina de Andrade, líder da Seita Lineamento Universal Superior, teve o seu nome envolvido com a prática de rituais satânicos. Em Maceió, 20/09/94, o Delegado Tito Cavalcante pediu a prisão provisória dos pais-de-santos, que num ritual de magia negra, arrancaram o coração do menino Ednaldo Lopes da Silva. A Polícia do Ceará tem que cair em campo e colocar as mãos nesta mulher vampira e devolver a credibilidade de todos. (TRIBUNA DO CEARÁ, 21/07/94 – Doc. 215)

 

 

 

 

 

FOGO AMIGO

 

José Wilson Furtado

 

A Rede Globo de Televisão, exibiu na noite do dia 08/06/94, no programa "Você Decide", o episódio "Fogo Amigo"(Friend Fire), trazendo a lume, o episódio em que o policial Macedo (Carlos Vereza) num cerco policial à marginais da Baixada Fluminense, elimina o seu melhor amigo de profissão, o Leiga (Alexandre Frota), com um tiro certeiro no coração. De modo eletrizante, o escopo do seriado era colocar o público diante de um dilema, qual seja, se o policial Macedo deveria contar a Cristina (Miriam Ramos), esposa do falecido, a verdadeira versão do crime.

 

Houve quem afirmasse, no caso, de uma advogada consultada pela repórter de rua, que o caso se tratava de homicídio culposo pela imprudência, visto que Macedo não se acautelou das conseqüências que poderiam ocorrer no tiroteio. Dissentimos desta ótica, e entendemos que o Policial Macedo não se incidiu em nenhum modelo típico criado pelo Legislador pátrio, vez que fora convocado por forças superiores ao cumprimento de um salutar mister de ofícios, recebendo, pois o beneplácito legal. O Código Penal Brasileiro, em consonância com a Lei nº 7.209/84 em seu art. 23. alude sobre as causas excludentes de ilicitude, e prescreve in verbis: "Não há crime: quando o agente pratica o fato: I) em estado de necessidade; II) em legítima defesa; III) em estrito Cumprimento do dever legal ou no exercício regular de direito". Grifos nossos.

 

Jamais se poderia admitir-se a figura do crime culposo, seria um verdadeiro Bisidem, para Macedo, que além de perder o melhor amigo, que o considerava como filho numa missão de serviço, arriscando a própria vida, ainda seria levado ao tribunal. Além do mais é bom não se olvidar que dada a dicotomia doutrinária, na culpa consciente o sujeito prevê o resultado, mas espera que este não aconteça. No final do programa, o público através de 46.217 telefonemas manifestou o desejo que Macedo contasse tudo a família da vítima, o que realmente aconteceu , e todos ficaram felizes no Happy end. (TRIBUNA DO CEARÁ, 20/06/94 – Doc. 207)

 

 

 

 

 

A GENÉTICA E A JUSTIÇA

 

José Wilson Furtado

 

O Juiz Lance Ito, que substitui a magistrada Kathleen Kennedy – Poweel, encarregado do julgamento por assassinato do ex-astro de futebol norte-americano O. J. Simpson, decidiu na tarde do dia 10/10/94, a admitir como provas os resultados dos testes genéticos. Na opinião dos defensores de Simpson, os Promotores de Justiça agiram de má fé, no sentido que a defesa não tivesse tempo de mandar fazer seus próprios testes, e para "armar-lhes uma emboscada", confrontando-os à última hora como uma avalanche de resultados.

 

Um dos badalados testes genéticos diz respeito a já famosa luva ensangüentada encontrada na propriedade de O. J. Simpson e que faz par com uma outra encontrada no local do crime. "O simples fato de que a acusação tenha esperado até a segunda semana de setembro não traduz em si, má fé no contexto dos fatos e das circunstâncias únicas deste caso, manifestou o Juiz Lance Ito em despacho no processo, caso Simpson. Segundo a Agência Reuter, Nova Iorque, 17/10/94, "O jogador de futebol americano O. J. Simpson e sua ex-esposa Nicole Brow Simpson discutiram na noite em que ela e um amigo Ronald Goldman foram assassinados a facadas. A informação que circulou em todos os jornais de Nova Iorque, basearam-se em dados num livro escrito por uma amiga de Nicole, Faye Resnick, que foi lançado recentemente: Nicole Brow Simpson: Um diário particular de uma vida interrompida. Uma sessão dedicada aos testes genéticos será feita ainda este ano depois da escolha dos jurados, e o julgamento está marcado no final de novembro.

 

Simpson é acusado de haver apunhalado selvagemente sua ex-esposa Nicole Brow e o amigo desta em 12 de junho em Los Angeles, que coincidência do destino, no Brasil esta data por efeitos de tradições folclóricas, é dedicado ao dia dos namorados. Pura ironia da vida. O mundo inteiro espera o julgamento de Simpson. (TRIBUNA DO CEARÁ, 24/11/94)

 

 

 

 

 

O CASO AIRTON SENNA

 

José Wilson Furtado

 

Nenhum brasileiro, por mais insensível que seja, consegue frenar o líquido lacrimal, quando a televisão exibe as imagens do dia 1º/05/94, quando o tricampeão mundial de Fórmula 1, Airton Senna, morreu, após fraturar o crânio, num acidente automobilístico, do Grande Prêmio de São Marino, às 18h.40min. (13h.40min.), de Brasília. O coração de Senna parou de bater disse aos jornalistas a doutora Maria Tereza Fiandri, Diretora do Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Maggiore, de Bolonha, uma hora antes.

 

Por coincidência do destino, no dia 1º de maio de 1987, na mesma curva de Tamburello, onde Airton Senna acabou morrendo, o brasileiro Nelson Piquet espatifou sua Williams, durante a primeira sessão para o GP da Itália daquele ano. Piquet sofreu traumatismo craniano e entorse no tornozelo esquerdo, com perda parcial da memória, sendo levado em seguida para o Hospital da Bolonha. Muitos comentaram sobre a predestinação, fato refutado por Galvão Bueno, no especial levado pela Rede Globo, Globo Repórter, dia 06/05/94, a verdade é que, no dia anterior Airton Senna ficou abalado com a morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger e estava com mau pressentimento na corrida de domingo. Afirmou sua namorada Adriane Galisteu, em ligação telefônica para a família. Segundo informações da agência AFP, o juiz italiano que cuida do acidente que provocou a morte do piloto Ayrton Senna, no Grande Prêmio de San Marino em Ímola (Itália), está em posse de uma fita de vídeo com imagens registradas pela câmara de bordo de sua Williams-Renault segundos antes da sua batida, segundo uma fonte bem informada em Roma.

 

A revista italiana "Autosprint" publicou também esta informação em sua edição da semana 11 a 17 de outubro/94, indicando que a fita foi enviada na ocasião do grande prêmio da Itália, em Monza, no dia 11 de setembro, ao juiz Maurizio Passarime pela escuderia inglesa.

 

Muita coisa existe parada no ar e o povo precisa saber. (TRIBUNA DO CEARÁ, 03/11/94 – Doc. 241)

 

 

 

 

 

GANGUES ASSASSINAS

 

José Wilson Furtado

 

De acordo com o estudioso D. C. Miller, citado pelo professor Arthur T. Jessild, in Psicologia da Adolescência, a delinqüência dos bandos formados por adolescentes que se reúnem nas esquinas e nas ruas das áreas habitadas pelas classes inferiores, diferem da subcultura delinqüente que surge nas áreas em que há um conflito entre a cultura da classe média e das classes inferiores, e onde os membros destas últimas violam deliberadamente as normas de conduta da classe média. O modelo do rapaz valente, duro, intimorato, fechado, hábil nas brigas corpo-a corpo é representado pelo gangster cinematográfico "dos anos 30" (Miller, D. C. Industrial Sociology Apud – Psicologia da Adolescência", Arthur F. Jessild, Companhia Editora Nacional, S. Paulo, 1989, pág. 410).

 

As manchetes policiais de todos os quadrantes do País, estão recheadas sobre gangues de adolescentes que se aglutinam em nefastas "Falanges" e com técnicas de esportes marciais violentos, ceifam vidas de inocentes vítimas. No Bairro de Vila União, o jovem Gildevam Silva Leite, fora assassinado com várias punhaladas no peito, por um integrante de gangue que atua naquele recôncavo. No último dia 20/09/94, depois de 28 horas de julgamento, o Tribunal Popular do Júri de Brasília, condenou a 20 anos de reclusão, o praticante de lutas marciais Gengis Keine Braga Barcelos de Brito, 19 anos, líder da gangue Falange Satânica, pela morte do estudante Marco Antônio de Velasco e Ponte, trucidado em agosto do ano pretérito. Gengis Keine, em agosto de 1993, espancou até a morte o pobre estudante Marco Antônio Velasco, contando em uma ação lucifênica com a participação acolitaria de: Luciano Pinheiro de Sousa e Francisco Rivelino. De modo flácido, a defesa de Gengis Keine, filho do Delegado de Polícia Osny Romualdo de Brito, alega que não houve a incidência do "animus necandi", isto é, a vontade deliberada de matar. O Conselho de Sentença, não aceitou nenhum capiderismo e condenou o homicida. Seria bom que o Tribunal do Júri de Fortaleza, abolisse o lenço da pieguice e tomasse o julgamento de Brasília como lição. (TRIBUNA DO CEARÁ, 13/10/94 – Doc. 237)

 

 

 

 

 

A UNIVERSIDADE DO CRIME

 

José Wilson Furtado

 

O conceituado jornal "O Globo", em sua edição do dia 15/08/94, no editorial intitulado "de menor a bandido", comenta sobre menores assassinos que aparecem com freqüência na crônica policial do Rio de Janeiro. A qualquer pretexto, o menor puxa o gatilho e elimina sua vítima, impiedosamente, com características de verdadeiro gangster.

 

Foi o que mostrou o episódio, que culminou com a morte de José Carlos Madeira Serrano, ex-diretor do Banco Central. Recentemente, a antropóloga Alba Salur, lançou sob os auspícios da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o livro "Condomínio do Diabo", onde de maneira metódica, menciona a facilidade com que os menores, hoje em dia são cotados por organizações criminosas. A partir dos 10 anos já encontram trabalho na vasta engenharia do tráfico de drogas. Com pequenos serviços para os traficantes, podem ganhar experiência muito depressa; cinco ou seis anos depois, eis o aprendiz transformado em bandido completo". O texto diz ainda que: "esse é o mecanismo que veio eliminar da paisagem dos morros a figura do velho malandro, marginal pitoresco e de baixa periculosidade. A máquina que o substituiu tem longos braços, e nenhuma dificuldade de recrutar mão-de-obra infantil, porque, na nossa estrutura social, os meninos precisam trabalhar".

 

O menor M.B.F., o ratinho de 15 anos, confessou ter sido o autor do disparo que matou o ex-diretor do Banco Central, José Carlos Madeira Serrano, de 64 anos, na madrugada de domingo, dia 04/09/94, no Centro do Rio de Janeiro. Na presença do promotor de Justiça Márcio Mathe Fernandes, confessou a prática do crime e disse com detalhes que se irritou porque Serrano não quis entregar as chaves do carro. Critica-se a legislação pelo abrandamento aos menores. Certa vez, assisti à uma cena de assalto na Praça do Coração de Jesus, indaguei ao tenente o porquê da inoperância policial, no que o aguazis respondeu: "Doutor Wilson, eu não sou doido, se eu tocar neste menor, amanhã perderei a minha farda". (TRIBUNA DO CEARÁ, 22/09/94)

 

INFLUÊNCIA DA TELEVISÃO

 

José Wilson Furtado

 

Há quem diga, fazendo um jogo jocoso da máxima de Lavoisier, que na natureza, nada de cria, tudo se copia. A Revista Isto É, edição do dia 12/04/95, traz a reportagem intitulada "Cena Fatal", aludindo sobre o caso da menina Stephane Benevuto Gonçalves, de apenas oito (anos) de idade, que apaixonada pelo personagem Raí, da novela Quatro por Quatro, da Rede Globo de Televisão, tentou imitá-lo numa cena de enforcamento, não obtendo êxito, vindo a falecer, por asfixia mecânica, segundo a conclusão dos expertos esculápios do IML de São Paulo.

 

Já tive a oportunidade de levantar a minha voz, através de Programas radiofônicos. "Você e o direito, pela Rádio Dragão do Mar e Sertão Central, sobre a nefasta influência que a televisão exerce sobre a juventude brasileira mostrando desde os filmes violentos infantis, como He-Man, Falcon etc., até as promiscuosas e peçonhentas novelas, que mostram cenas de adultério e sexo explícito e em pleno horário nobre, sem que haja qualquer vigilância. Para o psicólogo infantil Bruno Botteklein, a tarefa mais importante e mais difícil na educação de uma criança é ajudá-la a encontrar os significados da vida". (O Globo, 09/07/90). Em Canindé, a 120 Km da Grande Fortaleza, o estudante Pedro Victor Sampaio, de sete anos de idade, morreu eletrocutado, depois de assistir ao Programa "Chapolim", da Rede SBT. No programa em alusão, um dos personagens metia o dedo numa tomada de eletricidade e ficava apenas se tremendo. O mesmo não aconteceu com o menino Pedro Victor, que ao tentar imitar seu personagem, foi jogado ao solo, recebendo uma descarga elétrica. Para o professor Valdemar Setzer, do Instituto de Matemática e Estatística da USP, a televisão é altamente perigosa e seu efeito é semelhante a uma bomba atômica. Senhores pais, cuidado com a babá eletrônica. (TRIBUNA DO CEARÁ, 03/07/95 – Doc. 289)

 

 

 

 

 

PICARETAS MODERNOS

 

José Wilson Furtado

 

A Revista Veja, edição do dia 05/07/95 traz em suas páginas amarelas, uma entrevista com o cantor Herbert Viana do Grupo Paralamas do Sucesso. Tudo surgiu, quando da apresentação do Grupo, na sexta-feira, dia 23/06/95 em Brasília. A música Luiz Inácio (300 Picaretas), foi proibida por ordem judicial de ser executada, por entender o Procurador Parlamentar da Câmara dos Deputados, Bonifácio de Andrade (PTB/MG), que a composição em sua letra, tinha o escopo de aviltar os membros da Câmara Baixa.

 

No decorrer da entrevista, respondendo a uma das indagações, Herbert Viana comparou Brasília com a Disneylândia, pois recorda de sua infância e lembra do brutal assassinato de Ana Lídia, que ficou no esquecimento, dada a impunidade que vigora no País. Assiste razão ao roqueiro, em nosso artigo intitulado "Império da Impunidade", Tribuna di Ceará, dia 17/02/94, fizemos uma abordagem deste quadro vergonhoso: "Com a prescrição, a justiça não poderá mais punir os autores do assassinato de Ana Lúcia Braga, de sete anos de idade, encontrada nua e estrangulada no dia 12 de setembro de 1993. Os principais suspeitos, Álvaro Henrique Braga, Alfredo Buzaid Júnior e Eduardo Ribeiro de Rezende, filhos respectivamente do Ministro da Justiça, foram absolvidos por falta de provas.

 

Portanto, a proibição da música, dos Paralamas do Sucesso, remonta ao nefasto da censura ou tesoura do absurdo, abolido pela Nova Carta Magna, que no art. 5º, Inciso IX prescreve in verbis: "É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Grifos nossos.

 

Em 1962, período dos verdugos censores da Polícia Federal, Juca Chaves lançou a música "Caixinha Obrigado", um grito contra as mordomias que estavam ocorrendo em nosso País. Os picaretas continuam. Aliás, certa vez o ex-governador Manoel de Castro falou sobre a abertura moderna: "O cabaré pode ter mudado mas as madames continuam as mesmas". (TRIBUNA DO CEARÁ, 09/07/95 – Doc. 290)

 

 

 

 

 

A LAMA COMO DROGA

 

José Wilson Furtado

 

Nem crack nem cola de sapateiro. Os meninos de rua de algumas capitais do Nordeste começam a chegar a situações ainda mais extremas de degradação. Em Teresina, há casos de crianças que se drogam com lama nas veias, um recurso de fuga da realidade, cujos efeitos os especialistas ainda não conseguiram explicar.

 

Em Fortaleza e Recife, eles passaram a aspirar esmalte de unha, que legalmente não é entorpecente. As autoridades do Piauí estão perplexas. A lama nas veias, já causou pelo menos uma morte por septicemia. Recentemente, o assunto foi debatido no Conselho de Entorpecentes da Secretaria de Saúde do Estado e foi confirmado por crianças e adolescentes entrevistados por assistentes sociais no Hospital Psiquiátrico Aerolino de Abreu, que recebe meninos de rua encaminhados pelo Serviço Social do Estado, pela Pastoral da Criança e pelo Projeto Casa Escola. Eles raspam a argila, misturam com água, colocam na seringa e aplicam. Além da contaminação de doenças como Aids, os meninos estão sujeitos a infecções generalizadas e a morte, alerta Assis Santos Rocha, diretor do Hospital Aerolino Abreu. A Psicóloga Alzira Carvalho, Coordenadora de Saúde do Piauí, também confirmou os relatos. Ela atendeu um viciado de 20 anos, que morreu de septicemia em função do uso indiscriminado de drogas. Somente depois que o rapaz faleceu, sua mãe confirmou que ele usava lama nas veias, "para viajar".

 

A professora Eugenia Pereira, Bióloga do Laboratório de Bioquímica da UFPE, levantou três possibilidades. Ela disse que o lodo encontrado na lama é um tipo de alga ou diversas algas reunidas. Elas têm propriedade de absolver poluentes com grande facilidade, e poderiam armazenar substâncias tóxicas que provocasse efeito alucinógeno, descrito pelos meninos entrevistados. É mais um quadro deprimente que atinge às nossas crianças e temos de combatê-lo antes do holocausto total. (TRIBUNA DO CEARÁ, 20/07/95 – Doc. 292)

 

 

 

 

 

A EXCITAÇÃO FETICHISTA

 

Na Cidade de Salvador, o faxineiro César de Jesus Oliveira, de 20 anos de idade, que trabalhava na Lavanderia do Hospital Sagrada Família, seu comportamento esdrúxulo o levou à cadeia: ele foi preso pelos aguazis da gerência pública baiana, sob a acusação de roubar calcinhas das médicas, enfermeiras e funcionárias do Hospital em alusão. Os agentes da 3ª Delegacia de Polícia de Salvador encontraram 44 calcinhas no armário do faxineiro.

 

Ao delegado Manoel Amado Bahia, Oliveira confessou sua atração por roubar pecas íntimas femininas. Ele contou que se escondia sob a cama de uma sala do plantão do hospital, onde as funcionárias do turno trocavam de roupas e tomavam banho, e na hora de folga, apanhava as calcinhas sem ser notado. As empregadas do hospital perceberam a falta das peças íntimas e comunicaram o fato à Polícia que prendeu o pobre faxineiro. César de Jesus Oliveira foi autuado em flagrante por furto e atentado violento ao pudor, além de ser demitido por justa causa. Apesar de tudo, o delegado Manoel Bahia, em entrevista à Rádio Sociedade, enfatizou que o faxineiro não parecia ser um homem perigoso, é mais um caso médico do que de polícia, finalizou. O fetichismo, como lecionam Master & Johnson, é a excitação sexual.

 

Ocorre, sobretudo em relação a um objeto inanimado ou a uma parte do corpo que não é de natureza sexual. Os fetichistas colecionam, em geral, esses objetos e são capazes de tudo, até roubar, para acrescentar, exatamente o tipo certo do produto para sua coleção. (Master & Johnson, "O relacionamento amoroso", Editora Nova Fronteira, loc., cit. Pág. 378). A novela Renascer, da Rede Globo, apresentou o coronel Teodoro, interpretado por Herson Capri, que na sua sede fetichista pela mulher Joaninha, esposa de Tião Galinha (Osmar Prado), subtraía peças íntimas da pobre mulher para reaver suas energias sexuais. Meninas, cuidado, pois os fetichistas estão soltos e podem atacar a qualquer momento.

 

 

 

 

 

JESUS NA INFORMÁTICA?

 

José Wilson Furtado

 

Recentemente, em Bonn, na Alemanha, segundo Agência Reuters N.B.C., o estudioso Hartmut Landwer, criou uma programação de computador, intitulada, "Linha Direta com Deus", que substituirá a tradicional confissão. Pelo sistema de informática alemão, diz Hartmut, o homem, poderá comunicar-se com Deus, através de um simples softwar, isto é um disquete, utilizado em qualquer computador 486, não importando os Bytes de memória. Num gerenciador de programa, a estilo do Windows de Bill Gates, o pecador poderá escolher, ao seu alvedrio, a graduação de suas transgressões e deletá-lo, que em linguagem cibernética significa apagar.

 

O programa eletrônico, chega a calcular a sodimetria do pecado. Sobre esta polemica, entrevistamos, em nosso programa na Rádio Dragão do Mar, o emissário Di Paula, que foi enfático: "O homem que diz, comunicar-se com Deus, através de um computador, não conhece as Escrituras Sagradas. Trata-se, pois, indubitavelmente, de mais uma artimanha do príncipe das trevas, que vem granjeando adeptos. A Escritura Sagrada traz uma lição salutar, quando se reporta ao tema à baila: "Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Homem" (1º Tim, Cap. 2, v.5). Respondeu-lhe Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vem ao Pai, senão por Mim" (João, Cap. 14, v. 6). Pelo sistema de computação alemão, que já sendo introduzido na Europa, a Bíblia é um livro obsoleto e usado somente para pesquisas.

 

Nos dias hodiernos é preciso orar e vigiar, pois os meios de comunicação, a todo instante distorce a verdade de Deus. Certa vez, assisti a uma cena de uma determinada igreja, onde o cidadão, em frente a uma câmara de televisão, declarava que deu o seu carro do ano a Jesus e no dia seguinte outro caro semelhante ao primeiro, estava na garagem. O Deus que me ensinara a seguir não tem tesouros na terra nem programa de televisão ou mídia eletrônica. É o final dos tempos. (TRIBUNA DO CEARÁ, 30/11/95 – Doc. 311)

 

 

 

 

 

O DIREITO DE MORRER

 

José Wilson Furtado

 

Li, com espanto, a reportagem publicada na conceituada revista Isto É, sob o título "A Prática da Morte", e confesso com pureza da minha alma que fiquei estarrecido. Médicos brasileiros, sem qualquer escrúpulos ou sentimentos de solidariedade, opinam ser favoráveis à nefasta prática da eutanásia, e, com melífluas argumentações, alegam que em certos casos era necessária a administração da droga M1, conhecida no submundo da máfia branca como "sossega-leão", uma vez que ela dopa o paciente e depois contribui lentamente para a sua morte. Um absurdo e até parece que o celebérrimo juramento de Hipócrates é um mero discurso acadêmico. É bom não se olvidar que a eutanásia, conhecida pela paradoxal perífrase de "Morte Digna", é um desrespeito à vida e constitui, de modo indubitável, o crime de homicídio, regulado no art. 121 do Código Penal Brasileiro, levando seus autores ao Tribunal Popular do Júri. A Esdrúxula aplicação da eutanásia nos Estados Unidos, vem preocupando estudiosos e curiosos. Segundo a Agência AFP, pelo menos 16% das enfermeiras americanas especializadas em cuidar de doentes terminais já praticaram eutanásia ou ajudaram o paciente num suicídio, segundo uma pesquisa polêmica publicada no dia 22/05/96, no "New Engand Journal of Medicine – NEJM".

 

Segundo a pesquisa, 17% das 852 enfermeiras especializadas em cuidar de pacientes terminais disseram que já receberam ordens para desligar os aparelhos aplicando uma dose letal de morfina, para evitar o martírio da família. Nunca me esqueci da madrugada do dia 30/07/87, quando eu fui chamado por uma enfermeira do Hospital Batista, dando conta que meu velho pai estava num balão de oxigênio. Como um louco corri aquele nosocômio e recebi de uma enfermeira a triste notícia: lamento meu jovem, seu pai acaba de falecer, ele lutou muito, lamento, fizemos de tudo, mas não conseguimos salvar seu pai. O mais cruel, naquele dia, eu queria pelo menos falar com papai pela última vez. (TRIBUNA DO CEARÁ, 02/08/96 – Doc. 347)

 

 

 

 

 

TERRORISMO PELA INTERNET

 

José Wilson Furtado

 

Tornou-se comum no bate-papo coloquial, o tema Internet, até advogados ficam birutas na frente do computador, como é o caso do talentoso Dr. Teodulfo, Procurador do IPEC. Tem gente que fica totalmente lunática, e esquece totalmente aquilo que está ao seu redor. É o avanço da tecnologia do software. Embora, esta coqueluche salte aos olhos de todos, é bom não se olvidar que a Internet surgiu no ano de 1969, a partir de um projeto da U. S. Departament of Defense, chamado Arpanet (Advanced Reseach Projects Agency Netword). O Arpanet foi lançado como pesquisa pioneira para testar redes do tipo "Packet Switching, e proporcionava ligações entre pesquisadores e centros remotos de computadores (Cf. Nade Easy: The Basic & Beyond, apud Sheldow Tom, Windows 95, loc. Cit., pág. 538). Ocorre, porém, que existem sádicos que se utilizam da Internet para meios mórbidos, tais como prostituição visual, indução de pedofilia visual, nudismo da Playboy e práticas terroristas, que é o tema do assunto. A Agência AFP, de Paris, publicou recentemente a seguinte matéria: "Os aprendizes de terrorista se formam pela Internet". Como fabricar uma simples garrafa incendiária ou uma elaborada bomba de napalm, passando pelos pacotes-bomba, é uma das informações que a rede Internet coloca à disposição de todo o mundo através do manual de base do aprendiz de terrorista. Disponíveis no World Wide Web, o setor "Grande Público da Internet, fórmulas freqüentemente caseiras permitindo ao neófilo, iniciar-se na manipulação da nitroglicerina ou fabricar um pacote bomba. Segundo rumores que correm nos Estados Unidos, as fórmulas seriam obra de um agente da Cia (o serviço secreto norte-americano), que teria introduzido erros de forma voluntária. O chefe do esquadrão antibombas do Rio de Janeiro, Carlos Monteiro, explicou que a divulgação, via Internet, de manuais para a construção de bombas, pode ser uma forma de incentivar jovens à violência. É preciso tomar cuidado, porque a prática de um hobby pode ser fatal. (TRIBUNA DO CEARÁ, 19/06/96 – Doc. 354)

 

 

 

 

 

CASO WATERGATE

 

José Wilson Furtado

 

O talentoso Oliver Stone, mais uma vez passa a ser discutido na imprensa de todo o País, em torno de seu novo filme, Nixon, que recebeu o roteiro de Stephefen J. Rivie & Chistopher Wilkinson. O filme relata do polêmico presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, um advogado do Interior do País, que pouco a pouco e muito mais derrotas que vitórias, com perseverança se tornou o Presidente da Nação mais poderosa do mundo, e depois de um escândalo, foi obrigado a renunciar, para poder salvaguardar seus direitos. A notícia sobre o caso Watergate abalou todas as pilastras do mundo, e, no Brasil, o grande locutor Heron Domingues, a voz maravilhosa do tradicional Repórter Esso, deu a manchete, no programa Globo Repórter da Rede Globo, morrendo uma semana depois, tamanha a comoção da matéria. Os norte-americanos Woodward e Carl Bernstein são provavelmente, os pioneiros na introdução da mídia jornalística, na vida de um país.

 

O arrombamento do Watergate em 1972, culminando com a renúncia de Nixon na Presidência dos Estados Unidos da América, em 1974, foi minundentemente contada no livro "Todos os homens do Presidente", um trabalho de reportagem investigativa e influência positiva da imprensa na vida de um dirigente. A obra tornou-se um best-seller, e foi levada ao cinema, na interpretação de dois monstros da sétima arte; Dustin Hofman e Robert Rudfor. Recentemente, quando esteve no Brasil, para falar sobre jornalismo e Watergate, Berstein elucidou: "Quaisquer que sejam hoje as relações entre mídia e Governo, com certeza elas não são boas. Eu diria de fato que a imprensa vive tempos extremamente difíceis em todo o Ocidente (Jornal Estado de São Paulo, 28/11/96). Não se pode olvidar, que na década de 70, os jornalistas Woodward e Bernstein tornaram-se famosos, ao desvendar nas páginas e "The Washington Post", os detalhes do escândalo Watergate. Nesta época, eu era apenas um humílimo estudante do Liceu, onde o universo de minha carreira profissional ainda era uma nuvem plúmbica. (TRIBUNA DO CEARÁ, 12/12/96 – Doc. 366)

 

 

 

 

 

VALE A PENA SER BANDIDO?

 

José Wilson Furtado

 

Ninguém esquece a frase do bandido Lúcio Flávio, o antonomástico, "Passageiro da Agonia", vivido pelo ator Reginaldo Farias; "Bandido é Bandido, Polícia é Polícia". Quem tem a oportunidade de visitar um presídio pode aquilatar que mundo cruento é aquele, circunscrito em quatro paredes. Tudo é um místico mistério de solidão e dor. O cantor Lindomar Castilho traça um perfil iniludível do presidiário, na música, "Muralhas da Solidão", onde o toque do silêncio, dilacera a alma daquele que perdeu a liberdade. Feliz é o homem, que no oceano de lamúria, e, submerso a flama criminógena, pode sofrer a transformação dos céus e receber a dádiva de tornar-se um novo homem, abandonando a vida trepidante do crime e seguir Jesus como seu único Salvador, e, neste aspecto, poderíamos citar, Camilo, Vantuil e tantos outros, que ao invés de colocar um colt na cintura, conduz o Evangelho maravilhoso do Senhor dos Exércitos. A imprensa mostrou a todos os quadrantes, a carnificina executada no Centro Penitenciário Agroindustrial de Goiás (Cepaigo), onde o famoso bandido Leonardo Pareja foi brutalmente executado por detentos, recebendo oito (8) tiros de pistola 45, além de três (3) facadas, segundo informações do esculápio Vicente da Silva, diretor do IML de Goiânia.

 

Ironia do destino ou a predestinação de que na ilação bíblica o salário do pecado é a morte? Pareja como ficou conhecido, ficou famoso, isto porque em meados de abril de 1996, foi capa especial da Revista Veja e Isto É, quando comandou a rebelião que fez refém toda a cúpula da Polícia Judiciária de Goiás. Logo depois, Pareja tornou-se um homem respeitado, quando em maio de 1995, voltaria a liderar uma rebelião do Cepaigo, onde fugiriam 40 presos. Várias versões surgiram em torno de sua morte, e o mais curioso, Pareja foi executado pelo marginal Eduardo Siqueira, considerado o braço direito de Pareja. Que o desenrolar de todo este sinótico caso, sirva de lição e o coloque sob a indagação: "Vale a pena ser bandido?" (TRIBUNA DO CEARÁ, 19/12/96 – Doc. 367)

 

A CADEIRA ELÉTRICA

 

José Wilson Furtado

 

O Programa Fantástico, do dia 25 de maio de 1997, mostrou numa reportagem de Roberto Cabrini, o jovem brasileiro que está incluído na lista do corredor da morte, na nefasta execução sumária da cadeira elétrica na Flórida. A horrenda carnificina somente não teve início porque a Corte Suprema da Flórida ordenou uma suspensão de quatro meses, das execuções da cadeira elétrica, enquanto prossegue o debate se esse sistema provoca castigos cruéis ou extraordinários nos condenados. A polêmica em torno da cadeira elétrica eclodiu quando durante a execução do imigrante cubano Pedro Medina, surgiram chamas de 30 centímetros de sua cabeça. A cena ocorrida em Jocson Ville (Flórida), revoltou ao mundo todo. A suposta crueldade da cadeira elétrica da Flórida, batizada pela expressão: "OLD SPARKY" (velha fagulha), foi tema de debates calorosos, depois da execução de Medina, ocorrida no dia 25 de março de 1997, condenado pelo assassinato de uma professora. Quando o médico se aproximou do executado, seu coração ainda batia e no espanto o esculápio disse: "Meu Deus, ele ainda está vivo."

 

Os incidentes durante a execução de Medina iniciaram a polêmica em torno da cadeira elétrica da Flórida, o que não foi mostrado na telinha do plim-plim, onde, na prisão de Starke (norte da Flórida), construída em 1923, mais de duzentas vítimas já tombaram. O Procurador Geral do Estado da Flórida (District Attorney), Bob ButterWort, aceitou a possibilidade de desativar a cadeira elétrica, quando em uma mensagem à legislatura estatal, foi proposta a substituição pela injeção letal de efeitos mais suaves. O representante republicano de Saint Petersburg, Victor Crist, em polêmicas declarações ao jornal "Saint Petersburg Times", chegou a propor a importação da guilhotina para a Flórida, uma prática usada em meados de 1789, com a tradicional Queda da Bastilha, da Revolução Francesa. Diante de tudo isto, fazemos uma reflexão: até que ponto, os ensinamentos de Cristo estão sendo colocados em prática? (TRIBUNA DO CEARÁ, 05/06/97 – Doc. 391)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ERRO JUDICIÁRIO

 

José Wilson Furtado

 

O Jornal Nacional da Rede Globo, edição do dia 09/11/98, mostrou a todo o País, o caso do jovem Ronaldo Medeiros, que ficou preso durante cinco anos, sem que houvesse praticado crime algum. O próprio Promotor de Justiça da Vara do Júri da Comarca de São Paulo, Aldenor de Oliveira Neto, lamentou o engano e, agora se transformou de órgão acusatório em testemunha de defesa, no pedido de Revisão Criminal, numa prova inequívoca que nem sempre o ministério público é verdugo órgão acusador.

 

O caso mais famoso de erro judiciário no Brasil foi o dos irmãos Naves, ocorrido em Araguari (MG), em 1937. Joaquim e Sebastião Naves eram sócios em um armazém e foram acusados de assassinar o primo Benedito Pereira Caetano. Uma testemunha acusou Joaquim. Os dois irmãos foram presos e torturados. A mãe deles fora presa e espancada, sob a prática de tortura, muito comum na época do getulismo, ela acabou admitindo a culpa dos filhos. O mesmo ocorrendo com os outros parentes dos acusados. Apesar dos depoimentos contraditórios, os irmãos Naves foram absolvidos, pois o corpo de Benedito jamais fora encontrado. O Tribunal de Apelação, na época, sob ingerência política, acabou condenando os irmãos Naves à pena de 25 anos de prisão. Nove anos depois (nine years later) eles conseguiram sair da cadeia. Porque além de serem inocentes, nem sequer houve assassinos. Sebastião conseguiu encontrar o morto que simulara e retornar à fazenda dos pais, em Nova Ponte (MG). Chorando, Sebastião abraçou o primo e o levou de volta à cidade para provar sua inocência.

 

Em Santo André, 08 de janeiro de 1997, depois de permanecer preso 99 dias, por engano, o pintor de paredes José Pereira Mesquita fora solto, e inocentado das acusações que lhe fora imputadas. É bastante conhecido o clichê: "Não existe crime perfeito", extraído das Escrituras Sagradas, que traduz: "Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se. Ainda que o homem venha a falhar, os olhos de Deus estão em todo lugar para julgar os bons e os maus." (TRIBUNA DO CEARÁ, 26/03/98 – Doc.430)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

E O CRIME E AS FOBIAS

 

José Wilson Furtado

 

Com a onda de violência que assola o País, o homem passou a ater medo até de sair de casa e quem visita os bairros luxuosos, como a Aldeota, o luxo da aldeia, como diria o poeta Ednardo, chega-se à infeliz conclusão, que para fugir dos bandidos, o cidadão começou a viver sob poderosas offendículas em suas casas. É por demais paradoxal falar-se em liberdade, se a própria casa, asilo inviolável do indivíduo, por força de preceito constitucional seja transformado num verdadeiro bélico ao combate do crime.

 

Criou-se, pois, uma nova fobia qual seja, o medo de sair de casa, e porque não dizer o asilofobia. O professor Leon Michaux, em seu festejado livro "As Fobias", citando André Barbie, nos oferece o seguinte entendimento: "Fobias são temores sem fundamentos e cujo ridículo o próprio doente reconhece" (Les Phobies Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1972, loc. cit. Pág. 3). As notícias policiais, todos os dias anunciam assaltos, à farmácias, a bancos, postos de gasolina e sem contar com os assaltos praticados, que não são informados pelo Copom. Para o talentoso jornalista Fernando Ribeiro, da Tribuna do Ceará, a estatística de assalto apresentada pelos veículos de comunicação não corresponde a 1/3 da realidade, e isto nos entristece muito, mas o turista que nos visita, ao percorrer o recôncavo praiano de nossa urbe, depara-se com um gigantesco out-door, que diz: "Fortaleza – Cidade Saudável". Louvado seja o nome do meu Senhor Jesus, é hipocrisia demais.

 

Todo dia acontece um assalto em Fortaleza, e a Polícia como sempre, lamentavelmente, inoperante. Aliás, para falar a verdade, quem mais foi admoestado nos últimos dias pela Polícia foi motorista de topiques, conhecidos pelo neologismo de topiqueiros, míseros pais de famílias, eu tentam com o suor do rosto, ganhar a vida com dignidade. As blitzs do Detran se transformaram em trincheiras com policiais armados até os dentes. Meu Deus do Céu, realmente faz medo sair de casa. Doa em quem doer. (TRIBUNA DO CEARÁ, 30/04/98 – Doc. 435)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INIMIGOS DOMÉSTICOS

 

José Wilson Furtado

 

Na Bíblia Sagrada, vamos encontrar no livro de Miquéias, que os inimigos de nossa vida moram dentro de nossa casa. Quem lê pela primeira vez, toma com certeza um espanto. Certa vez, quando o pastor Antônio Forte, da Igreja Batista Renovada visitou a nossa humilde residência, afirmou que esta passagem bíblica, porque causa um impacto violento, no novo convertido: "Porque o filho despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe. A nora contra a sogra. Os inimigos do homem são os da própria casa". A mesma vertente é repetida no livro de Mateus, cap. 10, v. 36: E assim os inimigos do homem serão os seus familiares. (grifos nossos).

 

Aqui encontramos, de modo melífluo, a resposta para tanta violência, e o mais absurdo, às vezes, os contendores, são rebentos da mesma árvore ancestral. Recentemente, a imprensa bandeirante noticiou que o estudante Gustavo Pissardo teria sido condenado a uma pena concreta de 63 anos e quatro meses de prisão, pela morte dos pais, dos avós e de um irmão, hediondo crime ocorrido em abril de 1997. a sentença de mérito fora anulada, onde a defesa alegou que o estudante patricida poderia responder penalmente pela prática de chacina, isto porque, na época do fatídico evento, era portador de desenvolvimento mental retardado ou incompleto, figura contida no artigo 26 do atual Código Penal Brasileiro.

 

A novela Torre de Babel, da Rede Globo, encontramos a personagem Sandra (Adriana Esteves), manipula planos diabólicos para prejudicar o pai Clementine (Tony Ramos), um ex-presidiário. O crime do estudante Pissardo foi matéria nacional e deixou-nos atônitos e com uma reflexão: por que tanta violência? A resposta é bastante óbvia, isto porque Satanás está ao derredor do homem, rugindo como um leão brabo e de modo ofiófago, aspirando a nossa queda, isto porque o inimigo de nossas vidas somente sabe matar, roubar e destruir, a única forma de fazer o demônio se afastar de nós, é resistir aos seus impulsos. (Tiago, cap. 4 v. 8). (TRIBUNA DO CEARÁ, 16/07/98 – Doc. 445)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

EFEITOS ESCATOLÓGICOS NO CINEMA

 

José Wilson Furtado

 

Sobre a égide morfológica, escatologia é um termo de duas palavras gregas: Escathos e logos, que se traduzem por últimas coisas e tratado ou estudo. É portanto, o estudo acerca de coisas e eventos futuros profetizados na bíblia. O Escopo principal da escatologia é a interpretação dos textos prometidos das escrituras. Aliás, o Livro do Apocalipse, cap. 22, v. 26, encontramos: "As coisas em breve hão de acontecer". Foi lançado recentemente, mais uma cara produção do cinema americano. "Armageddon", que traz uma aureolada galeria de astros da sétima arte, tais como Bem Affeck, Bob Thornton, além do conhecido Bruce Wills, de "A gata e o rato" (seriado na TV 1984), Duro de Matar (1988), Duro de Matar 2 (1990) e Vingança (1995). O filme Armageddon, do produtor Jerry Buckheimer inspirou-se numa passagem bíblica tratando de um grande desastre chamado "Armageddon", que segundo as escrituras está previsto para acontecer na chegada do milênio. As profecias apocalípticas empolgam estudiosos e intérpretes em todo o mundo. Um dos trabalhos de grande divulgação é o Centúria, coleção (coletânea) das tradicionais profecias de Nostradamus, escritas em quadras poéticas pelo professor John Hogues, autor do Livro "Nostradamus no Milênio", que prevê uma explosão nuclear que destruirá Nova Iorque, a Grande Cidade Nova , no ano 2000: "A quarenta e cinco graus o céu queimará, o fogo se aproximará da grande Cidade Nova. Num instante a chama se espalhará, quando os do Norte fizeram experiência". (Centúria VI-97). A Batalha do Armageddon está contida no Livro de Apocalipse no cap. 16 e será promovida por um triunvíro satânico (Ap. 16: 13-14), composto de boca do dragão, boca de besta e boca do falso profeta. Como o bem triunfa sobre o mal, a batalha do Armageddon terminará com a prisão de Satanás. O inimigo de nossas vidas, que somente sabe matar, roubar e destruir, ao ser preso, será lançado no poço do abismo, ao passo que a besta fera e o falso profeta no inferno ou lago de fogo. Vale a pena conferir. (TRIBUNA DO CEARÁ, 13/08/98 – Doc. 449)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REDE DE PROSTITUIÇÃO

 

José Wilson Furtado

 

Como se viu pelos telejornais, recentemente, duas cariocas que conseguiram escapar da rede de internacional de Prostituição em Tela Aviv, que segundo a polícia israelense teria ligações com a máfia russa, denunciaram no início deste mês a existência de um esquema de aliciamento de brasileiras no Rio de Janeiro. A conexão denunciada pela Rede Globo seria feita, como informaram as brasileiras que voltaram ao País no final de abril deste ano, por quatro pessoas, três, no Rio de Janeiro e uma em Niterói. Entre estas pessoas estaria um homem identificado como Otávio, pai de Célia, a carioca que está desde 1988 em Israel e é apontada como a mulher que enviaria as passagens para as garotas interessadas em trabalhar naquele País.

 

Na grande metrópole carioca, o aliciamento era feito em casas de shows e discotecas, onde as mulheres eram aliciadas na utópica promessa de trabalharem como baby-sitter. Os aliciadores prometiam vultosos salários, nunca inferiores a US$ 1.500,00, mais casa e comida. Depois de ingressarem no País, elas tinham o passaporte tomado e eram levadas a casas de prostituição. Lá viviam em cárcere privado e eram obrigadas a cumprir longa jornada de trabalho das 14h. às 3h30min. da madrugada, mantinham até 15 relações por dia e nos dias de folga, o inferno era pior, pois ficavam vigiadas por segurança. Este tenebroso quadro de prostituição foi denunciado a partir da morte da carioca Kelly Fernanda Martins, de 26 anos, no último dia 17 de outubro em Tela Aviv. Ela era uma das garotas aliciadas. Em Israel, a rede de prostituição com a exploração de brasileiras seria controlada por Yossi, dono de duas boates no centro de Tela Aviv. Segundo matéria publicada no Estado de São Paulo, 07/11/98, o Brasil pretende negociar com Israel e Espanha acordos de cooperação para aumentar o controle de imigração, na tentativa de inibir o tráfico de mulheres e a exploração de prostituição. Em 1996 foram deportados da Espanha 300 brasileiros, a maioria mulheres acusadas em prostituição. No ano passado foram 200. Meu Deus do Céu, que mundo é este que estamos atravessando na virada do milênio? (TRIBUNA DO CEARÁ, 19/11/98 – Doc. 463)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NOVELA AMERICANA

 

José Wilson Furtado

 

Em 1992, Louis Malle lançou, nos Estados Unidos, o filme "Perdas e Danos", que demonstraria o falso moralismo e a hipocrisia. Película por demais polemica, tratou de temas bastante difundidos naquele país, tais como: sexo e traição, com o adicionamento de um peçonhento sensacionalismo que vem abalando as pilastras do "hight-society", norte-americano. Nesse antonomástico complô da direita, como assim afirmou Hillary Clinton, vários protagonistas entram em cena, numa das badaladas novelas de final de século, intitulada "O Escândalo Lewinsky".

 

Os actantes desse episódio têm funções catalísticas e assim estão alinhados: o promotor especial Kenneth Starr, republicano,é sócio de várias organizações conservadoras, dentre elas a sociedade federalista, que te centenas de advogados e juízes; Linda Tripp (a mulher que gravou as declarações de MônicaLewinsky), admiradora do ex-presidente George Bush, acusou o Governo Clinton após o suicídio do advogado Vicente Foster. Denunciou publicamente "gestos" incomuns do Presidente para uma funcionária, Kathleen Willy; Lucianne Goldberg (agente literária que aconselhou a Linda Tripp a gravar as conversas com Mônica e ainda lhe indicou um advogado); George Conway (advogado nova-iorquino que apresentou Linda Tripp a Mames Moodi) e finalmente, James Moody, advogado de Linda Tripp, também da sociedade federalista, entregou as gravações ao promotor Kenneth Starr.

 

A exposição inicial apresentada pela Promotoria Pública no julgamento do presidente americano Bill Clinton, no Senado, incluiu as acusações de perjúrio e obstrução da Justiça. Para James Sensenbrenner, um dos líderes do grupo de promotores republicanos, o Presidente participou de uma conspiração para impedir a atuação da Justiça. Muita coisa ainda vai acontecer e com certeza, dessa novela, a história contará aos nossos filhos o que foi a Casa Branca no final do século. (TRIBUNA DO CEARÁ, 21/01/98 – Doc. 472)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONFLITOS FRATRICIDAS

 

José Wilson Furtado

 

A Bíblia Sagrada, no Livro de Marcos, capítulo 13, tratando do princípio de dores, com enleio escatólico, assim traduz: "Porque se levantarão Nação contra Nação, e Reino contra Reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fome". Isso será o princípio de dores. O conflito de Kosovo foi o tema da mensagem "URBIET URBI", lida pelo papa João Paulo II, no dia 04 de abril/99, durante a solene missa de Páscoa celebrada na Praça de São Pedro, inteiramente ocupada por uma multidão. Numa prova de total insensibilidade humana, a OTAN e o Governo Iugoslavo rejeitaram o apelo daquele santo missionário.

 

João Paulo II foi por demais enfático, quando indagou: "Quando se romperá a diabólica espiral das vinganças dos absurdos conflitos fratricidas? Estamos assistindo à cenas de um seriado dantesco, que bem mereceria o título: "Terra de Ninguém", onde pessoas amedrontadas, correndo por todos os lados tentando fugir dos bombardeios dos inimigos, embora, venham a ser atingidas por foguetes dirigíveis e com a pálida ressalva de que tudo não passou de um caso fortuito.a expulsão de albaneses pelas forças de segurança de Kosovo é a maior deportação registrada desde a Segunda Guerra Mundial, assim comparou o ministro de Assuntos Exteriores Britânicos, Robin Cook.

 

Recentemente, os jornais de todo o mundo mostraram o retrato de um pai chorando ao lado de uma criança inocente, que assiste a toda esta carnificina, sem entender a ignorância dos adultos. Na região conhecida como Blace, coração da Europa, na fronteira entre a Província Sérvia de Kosovo e a Macedônia, existe um vertedouro de seres humanos que se atolam no barro e gemem como espectos entre a fumaça negra das fogueiras.

 

"Transformarão suas espadas em relhas de arado e suas lanças em podadeiras: Não levantará espada Nação contra Nação, nem aprenderão mais a guerra". O texto bíblico é de Isaías, capítulo 2, versículo 4, na versão Rei Jaime da Bíblia em inglês. O Human Development Report 1994 (Relatório de Desenvolvimento Humano de 1994), publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Até hoje, de modo bestial, o homem continua matando o seu irmão, esquecendo a mais tradicional lição de Cristo, "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei". (TRIBUNA DO CEARÁ, 15/04/99 – Doc. 482)

 

 

 

 

 

PIRATAS DE COMPUTADOR

 

José Wilson Furtado

 

O filme "Hackers" da United Artists na MGM Company, um dos campeões de bilheteria, mostrou o personagem Dade Murphy, de apenas 11 anos de idade detonando 1.507 computadores de Wall Street, criando um verdadeiro caos financeiro nos Estados Unidos e se transformando numa lenda vida para os hackers de todo o planeta. A ficção tornou-se realidade. Nos EUA, um soldado das Forças Armadas foi declarado culpado por invadir o sistema de uma empresa na Carolina do Norte. Christopher D. Wiest causou prejuízo de US$ 6.300,00.

 

Na China, segundo Agência CNN, numa campanha chamada "cruzada", para combater os crimes via Internet, um tribunal daquele país condenou a pena de morte Hão Jinglong e seu irmão Hão Jingwen, acusados de invadir eletronicamente a rede de computadores de um banco chinês e roubar a bagatela de US$ 31.400,00. Uma colisão de Hackers internacionais condenou um grupo de Hackers denominado "Legion of the Underground"(LOU) por deflagrar uma "Cyber-war" contra os Governos do Iraque e da China. Recentemente, em Taipe – Formosa, um ex-aluno de engenharia da computação foi o responsável pela criação do vírus que mexeu com a cabeça de muita gente, o temível "Chernobyl" ou CIH que provocou estragos nos computadores de todo o mundo na tradicional segunda-feira, dia 26 de abril. Em Washington, um cientista suspeito de espionar para a China transferiu enormes quantidades de informações secretas de um sistema de computadores num laboratório do Governo, o que poderá comprometer todas as armas nucleares no arsenal dos Estados Unidos. A informação foi dada por funcionários governamentais e do laboratório.

 

O cientista Wen Ho Lee, nascido em Taiwan, teria então transferido os arquivos para uma rede de amplo acesso no laboratório, onde foram armazenados com outros nomes. Em 1996, Lee tornou-se alvo de uma investigação do FBI (a Polícia Federal americana) num outro caso, que se acredita ter sido roubo, pela China, de dados que os acompanham não seriam, por si só, suficientes para fazer uma cópia exata de uma arma americana. O tempo mudou, hodiernamente, o nosso inimigo vem através da Internet. Senhores internautas, muita cautela. (TRIBUNA DO CEARÁ, 06/05/99 – Doc. 485)

 

 

 

 

 

O SATÂNICO RITUAL DO ÁGUIA

 

José Wilson Furtado

 

A Polícia do Rio Grande do Sul, está desenvolvendo um trabalho intenso, no sentido de capturar o cognominado "Águia", um bandido que vem atacando casais sempre à beira-mar e se utilizando de toda a atrocidade. O famigerado Águia atua geralmente nos finais de semana usando luvas para não deixar impressões digitais e, na maioria das vezes, utilizando-se da mesma arma, qual seja, uma pistola automática 7.65, cujo diâmetro do cano é semelhante do revólver calibre 32 e aponta invariavelmente para a nuca de suas vítimas.

 

Antes de executá-las, amarra mãos ou pés dos calçados de quem vai morrer, sem oferecer-lhe pois, a mais ínfima reação. Uma de suas vítimas, no caso a adolescente Brenda Nascimento Graebin, de 14 anos, vive hoje um oceano de inquietações, inclusive, sob medicação controlada. O bandido usa uma enorme tatuagem em um de seus braços, o que lhe valeu o apelido. Na opinião da polícia gaúcha, o águia é um serial killer, que pratica assassinatos em série e repete rituais no momento da execução e no final de cada carnificina coloca suas vítimas no porta mala do carro. O veículo dos casais atacados pelo bandido fica próximo aos corpos, com o porta malas aberto, cheio de areia. Em três casos acontecidos na orla praiana gaúcha, os legistas encontraram semelhanças nas execuções. Os corpos das cinco vítimas foram abandonadas em locais próximos da praia, as mortes tiveram sinais de execução. As vítimas receberam vários tiros, e sempre um deles na nuca.

 

Os mortos tiveram mãos ou pés amarrados com cadarço dos tênis ou sapatos; em dois crimes, os veículos foram deixados próximos dos corpos dos proprietários; a arma usada para matar suas inocentes vítimas era semelhante em todas as ocasiões: uma pistola 7.65 (cujo calibre tem o mesmo diâmetro de 32); em dois crimes, o assassino usou as luvas cirúrgicas do kit de primeiros socorros dos veículos para evitar deixar impressões digitais; o assassino levou relógios e arrancou o toca fitas do painel do carro. Por duas vezes, o porta malas dos veículos das vítimas foi usado para levar as pessoas, vivas, até o local onde provavelmente ocorreram os crimes; segundo testemunhas, uma pessoa com o desenho de uma águia tatuado num dos braços teria a participação em pelo menos dois crimes. É lamentável, concluir: a onda do maníaco do parque está sendo copiada. (TRIBUNA DO CEARÁ, 20/05/99 – Doc. 487)

 

 

 

UMA PATRULHA PROFILÁTICA

 

José Wilson Furtado

 

A onda de violência nas escolas, vem começando a preocupar a todos, principalmente, depois das imagens mostradas pelas televisões, do nefasto acontecimento no interior da Columbinbe High School com os adolescentes Dylan Klebold e Eric Harris.

 

Para o psiquiatra Luiz Goldim, da Casa de Saúde J. Eiras, no Rio de Janeiro: "Os jovens imitam os personagens violentos como: Jean Claude Van Damme e Silvester Stalone, dos filmes violentos". A mídia é responsável por essas gerações violentas. (Luiz Gondim "Violência Juvenil: do cinema para a realidade, Folha Universal, 05/junho/99, pág. 2A). Sob esse prisma, a Secretaria Estadual de Educação de Porto Alegre elaborou um projeto, intitulado "O Batalhão Escolar", que tem por escopo coibir, nas unidades escolares, as brigas entre gangues, o tráfico de drogas e os alunos armados. O Secretário de Educação, Hésio Cordeiro, já manteve contato com o organismo castrense gaúcho, no sentido que sejam criadas uma polícia moderna, com o trabalho de profilaxias em combate à violência entre os jovens, recebendo, assim, todo o apoio militar.

 

Haverá um trabalho de mobilização nacional. Com a ouvida de pais, alunos, pedagogos, estudiosos etc.

 

O Governo do Estado ganha uma saborosa arma no combate ao desarmamento. Por iniciativa do Juízo da 1ª Vara da Infância e da Juventude, 16.000 bombons serão trocados por armas de brinquedos com as crianças. A campanha "Baixinho troque sua arma de brinquedo por um prazer de verdade", foi lançada recentemente em Porto Alegre, pelo Juiz Siro Darlan, na sede do Juizado de Menores daquele Estado. O objetivo é alertar as crianças sobre o perigo das armas. Os chocolates foram doados pelas empresas Kopenhagen e Frivolité.

 

É bom não se olvidar: Educando uma criança hoje, amanhã não teremos um marginal nas searas do crime. (TRIBUNA DO CEARÁ, 10/06/99 – Doc. 490)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O CRIME E O COMPUTADOR

 

José Wilson Furtado

 

Parafraseando o grande lingüística Marschall McLuhan, diríamos que a informática transformou o mundo numa viagem visual. Os recursos desta ciência passaram a ser utilizados em diversas áreas, mormente no campo da investigação científica.

 

Existe no Programa CorelDraw, um dispositivo chamado Auto Join, através do qual as linhas e curvas de uma figura se encaixam automaticamente e suas extremidades são ajustadas através de um processo pixel (o menor elemento da tela). Tal dispositivo é bastante usado na área de fotografia com efeitos especiais. Dentro desta técnica, a Unicamp (Universidade de Campinas), fez um circunstanciado laudo versando sobre a morte de Paulo César Farias e sua namorada, Suzana Marcolino da Silva, que desmente a versão oficial do caso, embasada em outro parecer da própria universidade, a matéria foi apresentada como manchete especial no programa "Linha Direta", da Rede Globo, que retornou na última quinta-feira, dia 27/maio/99.

 

O novo laudo concluiu que Susana tinha entre 1,53m e 1,57m. No laudo anterior, o médico legista Fortunato Antônio Badan Palhares afirmou que ela teria 1,67m e seria quatro centímetros mais alta que PC, levando em consideração que o empresário e ex-tesoureiro de Fernando Collor tinha 1,63m.

 

De posse das fotos, o chefe do DML as copiou em um computador e, por meio de um programa de processamento de imagens (auto join) traçou pontos nos pés e na cabeça de Susana, chegando a uma altura em Pixels (Unidade de Imagem Digital). Em seguida, fez as mesmas medições em relação a PC Farias, com a irmã, Ana Luiza Marcolino Noaro, a medida foi facilitada, pois as fotos onde as duas aparecem, lado a lado, a posição dos pés de ambas é praticamente a mesma. Neste escandaloso caso do PC Farias, bem que se amolda a lição trazida nas escrituras sagradas: "Portanto, não os temais, porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se." (Mateus, cap. 10, vers. 26). (TRIBUNA DO CEARÁ, 03/06/99 – Doc. 489)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SENTIMENTOS QUE INFLUENCIAM O CORAÇÃO

 

José Wilson Furtado

 

É comum se ouvir "Fulano tem um bom coração", para denotar o potencial de amor que uma pessoa distribui ao seu semelhante. A palavra de Deus é sábia neste tocante, em diversas passagens, senão vejamos: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto"; "Preparado está o meu coração, ó Deus" (Salmo 57); "Não endureçais o vosso coração" (Salmo 95:8); "Preparado está o meu coração, ó Deus: cantarei e salmodiarei com toda a minha alma", (Salmo 108); "Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti" (Salmo 119:11); "Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos" (Prov. 23:26).

 

Em recente pesquisa realizada em Washington, segundo a abalizada agência CNN, que do amor ao ódio, nossos sentimentos têm um papel vital o funcionamento do coração. Os sentimentos hostis promovem a liberação de hormônios relacionados aos ésteres em nossa corrente sangüínea. Os pesquisadores chegaram a conclusão de que o stress reduz o fluxo de sangue para o coração porque os pacientes que experimentam emoções adversas eram duas vezes mais nervosos.

 

Cientistas do Instituto de Cardiologia de Boulder Creek, na Califórnia, descobriram que os sentimentos como o amor e apreço, funcionam sobre o ritmo cardíaco e o estabilizam. Em um programa liderado pelo ex-presidente norte-americano Jimmy Carter e pelo arcebispo Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz, pesquisadores examinam também os efeitos do ato de perdoar sobre nossa saúde cardíaca e mental.

 

Everett Worhington, Diretor da Campanha de Pesquisa do perdão de Templeton, um dia depois de enviar pelo correio seu manual de perdão passo a passo (step by step), viu sua própria capacidade de perdoar ser testada quando sua mãe foi assassinada, se disse: "Lembro-me olhando a parede, vendo um bastão de beisebol e dizendo: Gostaria que quem fez isso estivesse aqui agora, pois estouraria seus miolos." Em vez disso, Worthington tomou seu próprio remédio, enfocando o que considera o mais importante componente do perdão: a empatia. Nesse caso, com o assaltante que matou a sua mãe. No Hope College, em Michigan, os pesquisadores medem os batimentos cardíacos, taxa de suor e outras reações de pessoa a quem pediram que lembrassem de situações difíceis do passado, e foram expostas a sofrimento, constrangimentos, raiva, de pessoas que não conseguiram perdoar.

 

Seria bom, que, a partir de hoje, você, meu leitor amigo, refletisse um pouco sobre o tema e começasse a frenar as arestas do seu coração, doando amor às pessoas. Tente fazer isto, e a vida será bem melhor. (TRIBUNA DO CEARÁ, 22/07/99)

 

 

 

 

 

FURTO DE ÓRGÃOS

 

José Wilson Furtado

 

Onde estão os órgãos de Taís? Esta é a pergunta feita pela Dona Maria do Carmo Fernandes, desde que há dois anos doou para transplante os rins, o fígado e as córneas da filha em morte cerebral. Às vésperas de se apresentar a seleção carioca juvenil de basquete feminino, Taís, de 18 anos, foi atingida na cabeça por uma bala perdida, na noite do dia 22 de abril de 1997, no Grajaú. Socorrida no Hospital do Andaraí, foi transferida para o CTI do Hospital de Clínicas Mário Lione, em Caxias, onde teve a morte cerebral diagnosticada dois dias depois.

 

Ocorre, que, de modo estranho, houve a subtração do pâncreas da aludida paciente, sem autorização legal. O médico Valter Garcia, ex-presidente da Associação Brasileira de Transplantes de órgãos, em reportagem exclusiva ao jornal O Globo, edição do dia 29/08/99, asseverou: "O que me espantou foi a retirada do pâncreas, órgão que não pode ser transplantado sem a doação formal." "A retirada do pâncreas deveria estar especificada, no termo de doação", garante a médica Fabiana Carvalho Contieri, coordenadora da Unidade de Transplante Renal do Hospital Evangélico do Paraná, em Curitiba.

 

É bom lembrar que a Lei nº 9.437, de 4 de fevereiro de 1997, que a partir de 1º de janeiro de 1998 instituiu a doação presumida. Praticamente não tem efeito desde 06 de janeiro de 2.000, quando o então Presidente Fernando Henrique Cardoso editou medida provisória que assegura aos parentes da pessoa falecida – pai, mãe, filho ou cônjuge – o direito de manifestar-se contra ou a favor da remoção de tecidos, órgãos ou partes do corpo para fins de transplante e tratamento, quando paciente com morte cerebral não tiver manifestado em vida sua opção. O homem em suas atividades escamoleantes chega a esquecer a lição de Cristo, por não saber que o nosso corpo é templo do Espírito Santo. (1º Coríntios, 6:19). (TRIBUNA DO CEARÁ, 02/09/99)

 

SÍNDROME DA VIOLÊNCIA

 

José Wilson Furtado

 

Já tive a oportunidade de fala, através deste valioso periódico, do qual participo, há um decênio, que, nos dias hodiernos, a violência urbana é tão gritante que o homem está circunscrito a aceitar o fenômeno da asilofobia, qual seja, transformar a própria casa, em verdadeiros arsenais de ofendículas, para frenar o voraz ataque do inimigo, que aos moldes de Satanás, somente sabe matar, roubar e destruir (João, 10:10). No dia 31 de maio de 1999, por volta das 6h30min, a residência de nº 70, da Rua Alue Aboim, no Bairro do Papicu, fora invadida por dois marginais, que armados de revolver, e como verdadeiros gangsters, colocaram a desditosa vítima Raimundo Almeida Sampaio, sob a mira de revólveres, a procura de ouro e jóias preciosas.

 

Foram horas e horas de suplício, um verdadeiro vale de lágrimas, e todo este dantesco quadro, somente seria frenado, quando uma filha do casal, debaixo da cama, conseguiu ligar de um celular, pedindo auxílio aos vizinhos, que comunicando o fato à polícia, conseguiram prender os marginais, quando estes ainda estavam no interior da citada residência. O que mais revoltou ao Ministério Público, reside no fato de que até um deputado estadual saiu de seu gabinete, para pedir ao Juiz do feito que tivesse uma benevolência com os facínoras. Que coisa mais repugnante meu Deus, e diga-se de passagem, exatamente na vara onde exercemos o nosso múnus público, com o agente parqueteano e missionário da palavra de Deus. É preciso acabar com esta benevolência a bandidos, a lei tem que ser cumprida com seu efeito erga omnes. É evidente que o advogado dos bandidos truculentos, irão dizer que seus constituintes são doces anjos de candura, todavia, neste caso, vale a pena a lição pródiga das escrituras sagradas que traduzem: "Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda, por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens, que com astúcia, enganam fraudulosamente." (TRIBUNA DO CEARÁ, 23/09/99)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ACUSAÇÃO SEM PROVAS

 

José Wilson Furtado

 

Em agosto de 1993, Califórnia passava por um pesadelo, que se arrastaria por vários anos, os donos de uma escola infantil, os MC Martin são acusados por uma mãe de abuso sexual, contra o seu filho. Em 1990, a família prova na justiça que tudo não passou de uma suspeita, que contou com o sensacionalismo da imprensa americana. O fato se repetiu em nosso País, com uma verdadeira clonagem da maldade. A 8ª Câmara de Direito do Tribunal de Justiça condenou a Fazenda do Estado de São Paulo, a indenizar por danos morais, na ínfima quantia de R$ 100.000,00, por danos morais, aos proprietários da Escola Base, na capital bandeirante.

 

Há cinco anos, os proprietários da escola foram alvos da irresponsabilidade do delegado Edélcio Lemos, da imprensa e de mães de dois anos da pré-escola. Icushiro e Maria Aparecida Shimadsa, assim como os seus sócios, o casal Maurício e Paula Monteiro de Alvarenga, foi acusado por elas de molestar sexualmente as crianças. A indenização por danos morais, jamais compensará o trauma psicológico e patrimonial sofridos pelos acusados, o casal Alvarenga se separou. Paula vive com as duas filhas numa cidade do interior de São Paulo, numa vida de lamúria e sob medicação médica controlada. Não cabe mais recurso da decisão do Tribunal de Justiça, mas tanto o Estado quanto o delegado ainda podem recorrer da sentença ao Superior Tribunal de Justiça. O Governador Mário Covas descartou essa possibilidade. Insinuou, porém, que a imprensa é a responsável por esse pré-julgamento e brincou: "Se couber para o Estado pagar, a gente aumenta o imposto dos jornais e das revistas e paga." Para o talentoso advogado Hélio Gomes, o caso da Escola Base, bem que se amolda aos tradicionais erros judiciários.

 

A tragédia californiana foi levada ao cinema, pela HBO Pictures, e engloba o rol de filmes de tribunal, onde configuram dentre outros: "Testemunha de Acusação" (Billy Wilder, 57), "O sol é para todos" (Robert Mulligan, 62), "Justiça para todos" (Norman Jewison, 79) e "Veredicto" (Sidney Lamet, 82). Deste episódio tiramos uma grande lição: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (João, 8:32). (TRIBUNA DO CEARÁ, 09/12/99 – Doc. 516)

 

 

 

 

 

O JÚRI DO PASTOR

 

José Wilson Furtado

 

Em 04 de abril de 1968, o mundo evangélico foi abalado com a morte do Pastor Negro da Igreja Batista, Martin Luther King, que teve a sua vida ceifada, de modo covarde, de bala disparada de um fuzil. Apurou-se, na época, que o Pastor Luther King foi vítima de uma sórdida conspiração, visto que era o mais notável líder do movimento pacifista dos direitos dos negros nos Estados Unidos, recebendo inclusive o Prêmio Nobel da Paz em 1964, por seu trabalho em favor da dignidade racial. Em 1963, Luther King comoveu o mundo, na tradicional marcha sobre Washington, com 250.000 pessoas pedindo a isonomia da raça. Ficou famosa a frase de seu discurso memorável: I have a dream (eu tenho um sonho), e descreve uma sociedade em que brancos e negros deveriam viver em harmonia. Seu algoz matador, James Early Ray, confessou a prática do homicídio proditorium, sendo condenado a 99 anos de prisão, mas após o julgamento, passou o restante de sua vida afirmando que era inocente. No ano passado, morreu de uma doença no fígado. No Brasil, o cantor Wilson Simonal gravaria, com arranjos do Maestro Herlon Chaves, outro negro de valor, a música intitulada "Tributo a Luther King", onde os versos expressam: "Sim, sou negro de negro, meu irmão minha dor."

 

A família, através da viúva Coretta Scott King, nunca aceitou a morte de seu marido, e deu entrada no Tribunal americano numa ação civil de indenização, alegando que o pastor das multidões fora vítima de uma conspiração, por seu abnegado amor à luta contra o preconceito racial. Esperar no Senhor é a chave da grande vitória, pois, na semana passada, um júri de Memphis, formado por seis jurados negros e seis brancos, na Corte do Condado de Shelby, Estado do Tennesse, se pronunciou a favor da viúva.

 

Segundo o Lawer’sfamily (advogado da família), William Pepper, em entrevista à agência CNN Nova Iorque, GMT, 09/12/99, o crime ocorrido em um hotel de Menphis foi encoberto pelo FBI, pela CIA, por serviços secretos do Exército e por servidores estaduais e federais, somente depois de trinta e um anos, a verdade veio à tona, numa prova de que ninguém consegue contestar as escrituras sagradas, quando afirma: "Nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se." (Mateus, cap. 10, vers. 26). (TRIBUNA DO CEARÁ, 16/12/99 – Doc. 517)

 

 

 

CRUELDADE DA CADEIRA ELÉTRICA

 

José Wilson Furtado

 

 

A polêmica em torno da cadeira elétrica, explodiu em meados de maio de 1997, durante a execução do imigrante cubano Pedro Mediana, que, quando executado, surgiram chamas de 3 centímetros de sua cabeça. Recentemente, a Corte Suprema dos Estados Unidos aceitou a idéia de analisar se o uso da cadeira elétrica nas execuções constitui um castigo cruel e inconstitucional, um tema que começou a ser debatido há 100 anos. Em uma decisão inédita, na noite do dia 26/10/99, a Corte Suprema decidiu adiar a execução de um detento da Flórida que deveria ser eletrocutado e afirmou que poderia ratificar ou cancelar o procedimento. O Supremo Tribunal vai escutar os argumentos sobre o caso no início do ano 2000 e pode finalmente tomar uma decisão até junho deste ano.

 

Segundo grupos que se opõem à pena de morte, os Estados da Flórida, Nebraska, Alabama e Geórgia são os únicos que ainda utilizam a cadeira elétrica para realizar execuções, já os mais modernos empregam injeções letais. A agência France Press, edição do dia 24/07/97, publicou a seguinte manchete: O criminoso Joseph O’Dell, condenado à morte por seqüestro e estupro de uma secretária e que teve vários pedidos de perdão, foi executado, ao receber uma injeção letal, embora tenha reiterado por diversas vezes a sua inocência. Em Austin (EUA), 18/06/97, o mexicano Irrireo Tristan Monjtoya, de 30 anos, foi executado com uma injeção letal na prisão de Huntsville, oeste do Texas, por ter sido condenado em 1988, pela morte de um americano de 1968. Como já afirmamos, a controvérsia pelo uso da cadeira elétrica surgiu na Flórida, por exemplo: durante a execução do Allen Lee Davis, em 08/07/99, saiu sangue de seu nariz. Testemunhas e fotografias que foram tiradas após o sanguinolento , levam a supor que uma venda tapava a boca de Davis

 

De acordo com as estatísticas do centro de informação sobre a Pena de Morte, desde que, em 1976, a Corte Suprema restaurou a pena máxima, aconteceram 421 execuções por injeção letal, enquanto 144 detentos foram eletrocutados, 11 condenados faleceram na câmara de gás, 03 foram enforcados e 02 fuzilados. Um caso que motivou uma tomada de posicionamento na legislação americana é o de Anthony Braden Bryan, 40 anos, que foi sentenciado à morte por um assassinato que cometeu em 1983. Sua execução estava prevista para quarta-feira, dia 27/10/99, mas a Corte Suprema dos EUA resolveu adiar sine die. É inacreditável, em plena virada do século, o homem ainda não aprendeu que a vingança somente pertence ao Senhor dos Exércitos, que fez os céus e a Terra. É profundamente lamentável. (TRIBUNA DO CEARÁ, 30/12/99)

 

DESTINO DE UM MENINO

 

José Wilson Furtado

 

Segundo reportagem da Revista Times, dois países disputam a custódia de uma criança de apenas seis anos. Tudo começou, quando na madrugada do dia 21 de novembro de 1999, Dia de Ação de Graças, o garoto Elian Gonzalez, de apenas seis anos, flutuava amarrado a uma câmara de ar na Costa de Fort Lauderdale, na Flórida. O menino de tenra idade estava a ponto de enlouquecer de desidratação, além de ter perdido sua mãe e ter visto seus companheiros desaparecerem, depois que o pequeno barco vindo de cuba naufragou em alto-mar. Mas assim que pisou em terra firme, viu-se cercado por tubarões: repórteres de TV, ativistas de origem, Fidel Castro, Senador Jesse Helms e outros políticos norte-americanos.

 

Foram cenas que jamais saíram da mente do pequeno menino Elian Gonzalez, principalmente o momento em que sua mãe Elizabet Brotons Rodrigues, naquela dantesca madrugada do dia 21 de novembro o colocou em um pequeno barco de alumínio de 5m de comprimento, lotado de gente. Talvez seu sentimento mais forte fosse o de esperança. Elizabet Brotons Rodrigues estava separada do pai de Elian Gonzalez e naquele dia, juntamente com o namorado de nome Lazaro Munero, faziam uma viagem de aventura na travessia para os Estados Unidos em uma pequena embarcação, onde mais tarde aconteceria o fatídico desastre. Na manhã do dia de Ação de Graças, dois pescadores avistaram uma câmara de ar com o que parecia ser um boneco. Seguiram navegando e pescaram um golfinho, até que um deles deu conta de que o boneco estava vivo. Resgataram o menino, chamaram a guarda costeira e ficaram esperando.

 

O caso do menino Elian foi manchete em todos os periódicos do globo, e está sendo analisado segundo a Lei de Adaptação de 1996, que garante residência a todos os cubanos um ano após sua chegada em território norte-americano. Trata-se, portanto, de um tratamento especial destinado as vítimas da opressão comunista, que por vezes, é terrivelmente injusto. Numa pesquisa TIME/CNN, 56% dos norte-americanos entrevistados concordaram com a decisão do Serviço de imigração de enviar o menino de volta, em vez de ficar sob a guarda de parentes na Flórida. Parafraseando um programa da Rede Globo, diríamos em forma de indicação: Diante deste caso qual seria a sua opinião meu caro leitor? (TRIBUNA DO CEARÁ, 20/01/2000)

 

 

 

JAMES BOND CONTRA OS TRIBUNAIS

 

José Wilson Furtado

 

Todos nós estamos acostumados a assistir aos filmes do famoso James Bond, como o agente secreto do Governo Federal, que recebe a missão espinhosa de combater o crime organizado. Nas telas da sétima arte, ficou famoso o ator inglês Thomas Sean Connery, que encarnou o personagem James Bond, num personagem que ganharia a fama por vários anos. No Estado do Ceará, um dos maiores cinéfilos neste ramo, é o Promotor de Justiça Benjamim Alves Pacheco, que possui 70% de todo o acervo, em seu tradicional ar m ode VHS, são várias horas de trabalho e dedicação à sétima arte.

 

Dentre as peças de sucesso de bilheteria destacamos: 007 contra o satânico Dr. No (1962); Moscou contra 007 (1963); 007 contra Goldfinger (1964); Marnie, confissões de uma ladra (1964); Com 007 só se vive duas vezes (1967); 007 os diamantes são eternos (1971); Assassinato no expresso Oriente (1974). O nome James Bond passou a ser considerado como uma legenda aos amantes de filmes policiais e suas técnicas empregadas ao combate ao crime, hoje estão utilizadas, na Europa. Recentemente, segundo matéria publicada no abalizado Jornal da Agência France Press (AFP), um novo capítulo surge em adendo à história dos cinéfilos, a guerra de James Bond, contra James Bond, a Metro Goldwyn Mayer, produtora dos 18 primeiros filmes do agente 007, apresentou uma ação judicial contra a Sony a Columbia, que tramita nos tribunais americanos por dois anos, alegando que fazer mais filmes sobre o espião britânico seria uma violação da marca registrada. "Com seu sangue frio, sua evidente sexualidade, seu amor pelos martinis, sua pontaria, sua licença para matar, sua força física e sua sofisticação, só pode haver um James Bond no cinema", diz a Metro em uma ação que deu entrada num tribunal de Los Angeles, no final de 1997.

 

A guerra começou, quando o Presidente da Sony Pictures Entertaiment, Jonh Calfey. Anunciou que a sua filial Columbia Pictures havia firmado um acordo para fazer uma nova série de filmes de James Bond. A Sony precisou que se baseava nos direitos em poder de Kelvin McClory, produtor de longas metragens deste inesgotável vilão. Até agora, praticamente todos os direitos de James Bond, em três décadas eram controlados por Albert Chuc Broccoli e seus herdeiros e pela United Artists, filial da Metro. O último filme da série James Bond, antes da querela judicial, foi "Tomorrow Never Dies" (Amanhã nunca morrer"). Portanto, o mito James Bond, agora é litígio no recôncavo internacional do cinema. (TRIBUNA DO CEARÁ, 26/01/2000)

 

QUE VERGONHA

 

José Wilson Furtado

 

É celebérrimo o pensamento de Rui Barbosa: "De tanto ver triunfarem as nulidades, de tanto ver prosperar a desonha, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da vida, rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." Este efeito anafórico usado pelo antonomástico "Águia de Haia", se faz muito presente nos dias hodiernos. Honestidade vernáculo forte que se transformou em caretice pelos integrantes do bloco das maracutaias, e quem lê os jornais depara-se sempre com manchetes que aviltam a dignidade do ser humano, parafraseando o grande Borys Casoy diríamos, "é uma vergonha!" Quem diria, por exemplo, que um senador da República, como foi o caso do empresário Luís Estevão, numa decisão inédita fosse expulso da vida pública, e como se isto não bastasse, ter a sua prisão preventiva sido requerida por nove Procuradores da República, junto a 10ª Vara da Justiça Federal?

 

Os representantes do Ministério Público Federal denunciaram Estevão por formacao de quadrilha, gestão temerária e fraudulenta do Consórcio Planalto, além de outros de colarinho branco. Os procuradores apontaram 27 fraudes que teriam sido cometidas pelo ex-senador e por três funcionários de sua confiança nos anos de 84 e 95.

 

A Polícia Federal, em Brasília, pela primeira vez em toda a sua história de Polícia Judiciária, tenta usar o método de espalhar por todo o país, cartazes do tipo, "procura-se, pelo país e pelo mundo", para pegar o juiz aposentado Nicolau dos Santos, apontado como principal responsável pelo desvio de 169 milhões da obra superfaturada do TRT de São Paulo. Enquanto isso, um agricultor é preso pela poderosa Polícia Federal, por crime ambiental, por ter retirado cascas de árvores para fazer um chá, para esposa que estava doente. É esta desigualdade que não podemos engolir. Indagar-se-ia em quem confiar? O antídoto para extirpar esta teia serpentária de corruptos está em nossas mãos, através do voto, as eleições se aproximam, o Ministério Público está vigilante, porque também como defensor da sociedade, sabe que lugar de bandido é na cadeia. (TRIBUNA DO CEARÁ, 31/08/2000)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POR QUE TANTA VIOLÊNCIA?

 

José Wilson Furtado

 

O mês de junho, desta virada de milênio, é marcado por uma nefasta hecatombe, que abalaria as estruturas de toda a nossa sociedade urbana. No dia 12 de junho, por ironia do destino, "Dia dos Namorados", evento do qual os jovens correm aos magazines para comprar o presente ao seu príncipe ou princesa, a cearense Geísa Gonçalves, professora de Artesanato do Projeto Curumim, na Favela da Rocinha, foi diferente.

 

Naquele trágico dia, a jovem Geísa, que tinha a Cidade Maravilhosa, com o utópico desejo de um dia ser feliz, viu o seu castelo de sonho de menina pobre de subúrbio, ser desmoronado com a ação deletéria da violência dos homens.

 

A jovem professorinha da favela carioca, quando estava no interior do coletivo de nº 174, que faz o percurso da Gávea à Central do Brasil, foi seqüestrada pelo marginal Sandro do Nascimento, que a arrastaria para o meio da rua, sob os olhares de milhares de telespectadores.

 

Em dado momento, de modo inadvertido e demonstrando um despreparo pueril, eis que surge o soldado Marcelo de Oliveira, que, como um bestial Rambo, querendo tornar-se um herói das telas de cinema, aos moldes de Silvester Stalone, aciona a sua supermetralhadora, indo um dos tiros atingir a jovem Geísa, na região malar, ocasião, que proporcionou ao bandido Sandro ainda acionar a sua arma por três vezes, no corpo da professora, que estava sufocada por um golpe marcial do bandido (gravata).

 

O enterro de Geísa Gonçalves comoveu a pacata e ordeira comunidade de João XXIII e as imagens foram transmitidas para todo o mundo, inclusive, por via da internet.

 

O mais cruel e nojento ainda estaria para acontecer, na manhã de segunda-feira, dia 19/06/2000, a Sra. Mirlane, uma das tias de Geísa, por parte de mãe, daria uma entrevista ao radialista, veterano do dial, Luiz Bravos Saraiva, repudiando a atitude de Gilson Gonçalves, pai de Geísa, pois segundo o comentário, contida na fita – entrevista, este referido senhor, alheio ao sofrimento de sua filha, procurou apenas em dar entrevista as emissoras de rádio e televisão, e isto chocou a todos.

 

E num trecho dramático finalizou: "O pai de Geísa nunca ajudou esta moça em nada, agora só quer aparecer." Segundo o radialista Hugo Pereira, que comandava o programa SOS Comando Geral, na Rádio Dragão do Mar – AM, daquele dia, surgiram comentários que o pai de Geísa é crente. É bom lembrar que até Satanás, o pai da mentira, é crente, estremece, todavia, não obedece. (Tiago, 2:19).

 

E existem muitas pessoas se passando por crentes para extorquir dinheiro das outras. São estelionatários da fé, e portanto, deveriam estar nas grades. Diante deste quadro indagamos: "Por que tanta violência?" (TRIBUNA DO CEARÁ, 22/07/2000)

 

 

 

 

 

CRIME PELA INTERNET

 

José Wilson Furtado

 

Foi amplamente divulgada pela imprensa carioca, que dez pessoas de classe média do Grande Rio, entre elas uma médica, um economista e estudantes universitários, além de quatro adolescentes, foram denunciados pelo Ministério Público (MP) estadual pela prática de pedofilia na Internet. Elas são acusadas de pertencerem a uma rede de divulgar cenas pornográficas – algumas de sexo explícito – envolvendo crianças e até bebes, por meio de fotos e vídeos. Vale salientar, que se condenados, os suspeitos poderão cumprir penas que variam de um a quatro anos de prisão. Os quatro adolescentes supostamente envolvidos no crime terão seus nomes encaminhados para a 2ª Vara da Infância e da Adolescência de Menores do Rio de Janeiro.

 

Um outro suspeito morador de Nilópolis, será denunciado na Comarca do Município. A prática da pedofilia, fere o art. 241 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – que preleciona In verbis: "fotografar ou publicar cenas de sexo explícito ou pornográficas envolvendo crianças ou adolescentes: pena de reclusão de um a quatro anos." (grifos nossos). O Ministério Público carioca está vigilante, o mesmo vem sendo seguido por todos os integrantes do Parquet na luta contra a sodomia visual, e na opinião do promotor carioca Romero Lyra, cerca de 40 mil fotos foram apreendidas em dois anos de investigações, onde as fotografias teriam origem européia. O representante do parquet carioca, valeu-se de uma decisão do Pretório Excelso da República (STF), de setembro de 1999, que admitiu a aplicação do art. 241 do E.C.A., à exposição de cenas pornográficas na Internet, uma vez que não existe no País, legislação sobre crimes cibernéticos, de cenas pornográficas na Internet, luta do Ministério Público contra os pedófilos, teve uma atuação acirrada no período de 1998 e 1999 com a chamada Operação Catedral Rio, cujo nome é dado em homenagem ao trabalho da Interpol desencadeada em 12 países do mundo.

 

O Ministério Público depois de um trabalho incansável de investigação frenou com esta mifistofélica prática visual. A pedofilia cibernética só foi descoberta devido a participação do Hacker Wanderley de Abreu, que por solicitação do Promotor carioca Romero Lyra, passaram noites e dias juntos consultando sites. Inclusive, passaram por aficcionados dessas atividades, induzindo os pedófilos da Web a trocarem mensagens e imagens que pudessem os incriminar, produzindo provas indubitáveis. Que a experiência carioca da Operação Catedral seja seguida por todos os membros do Ministério Público, no combate aos bandidos cibernéticos que vêm destruindo a vida de nossos filhos pelo uso impróprio da Internet. (TRIBUNA DO CEARÁ, 11/05/2000)

 

 

 

 

 

O SEQÜESTRO E A VISÃO BÍBLICA

 

José Wilson Furtado

 

Nos últimos dias quando abrindo a página de um jornal, ficamos estupefacto com tanta violência, e uma delas a mais cruel, a mais repugnante, qual seja o seqüestro. Em fevereiro de 99, o País inteiro viveu momentos de ansiedade, quando bandidos sanguinários, mantiveram por 53 dias, em cárcere privado, o cantor Wellington Camargo paralítico, irmão da dupla famosa Zezé di Camargo e Luciano, tendo os bandidos decepado uma das orelhas da infeliz vítima. Na opinião do professor Mark Bless, em seu renomado livro: "The Kidnap Business (O Negócio do Seqüestro), o seqüestro causa perturbação emocional aos membros da família. Minuto após minuto, após hora, eles vão da esperança ao desespero, enquanto lutam com sentimentos de culpa, ódio e importância (Bles, Marks "The Kidnapp Busines, apud Despertai, 22/dez/99). O seqüestro mais badalado na imprensa internacional, recebeu o cognome de "Síndrome de Estocolmo, em 1974, o seqüestro de Patty Hearts, filha do bilionário da indústria jornalística Randolph A. Hearts, tomou rumo inesperado quando ela juntou-se aos seqüestradores e começou a participar em roubos armados com a quadrilha. No Brasil, o seqüestro que ocupou várias manchetes nacionais, foi o do empresário Abílio Diniz, onde o casal de canadenses David Spencer e Critine Lamont foram beneficiados por um acordo de cavalheiros. A revista Veja, em editorial do dia 01/09/93, criticou o acordo de cavalheiros, protegendo os canadenses com a seguinte manchete: "O Brasil tem mesmo fama de ser generoso com bandidos de estirpe nacionais ou estrangeiros." (Tribuna do Ceará. Acordo de cavalheiros, 16/12/98).

 

Quando o inimigo de nossas almas induziu a Adão e Eva a comerem o fruto proibido do Éden, ele nos seqüestrou do Reino de Deus à esteira do pecado. O seqüestro na visão bíblica é encarado como escravidão do homem à satanás. Nas escrituras sagradas, o homem como escravo pode ser encontrado em: Gênesis, 24:35; 44:10, 49:15; Êxodo, 12:44; Levítico: 25:44; 26:13; Deuteronômio, 24:18, 28:68, 32:36; I Samuel 4:9, 8:17; I Reis, 9:22, 14:10; II Reis: 4:1, 9:8, 14:26; II Crônicas 8:9, 28:10; Esdras, 9:9; Neemias, 9:36; Jô, 7:2; Salmos, 105:17; Provérbios, 30:22; Jeremias 2:14, 25:145, 34:9-10; Lamentações de Jeremias, 5:8; Zacarias, 13:5; João, 8:33-34; I Coríntios, 7:21-22, 12:12; Gálatas, 3:28; Efésios, 6:8; Colossenses, 3:11; Filemon, 1:16; I Pedro, 5:12; 2 Pedro 2:19, Apocalipse, 6:215, 13:16, 18:13, 19:18. Você meu caro leitor, que é inteligente, com certeza depois deste artigo dará uma prova de seu tirocínio, correndo aos braços de Jesus e se libertando do seqüestrador Satanás, isto porque o inimigo somente veio para matar, roubar ou destruir, e Deus veio para te dar vida eterna e com abundância. (TRIBUNA DO CEARÁ, 03/02/2000)

 

 

 

Retirado de: http://www.pgj.ce.gov.br/artigos/artigo57.htm

Palavras Chaves:Violência urbana gangues fogo amigo manchete