por
Juliano Tonzetti Brignoli
Peter Senge, referenciado por estudiosos do segmento da Gestão Organizacional inicia sua obra apresentando de modo metafórico, a frase “Dê-me uma alavanca longa o bastante... e, com uma das mãos, moverei o mundo”. O autor pretende introduzir a idéia de que diante de situações complexas nós sempre tendemos a realizar o desmembramento de um problema em partes. De certa forma este é um princípio utilizado por métodos analíticos, a exemplo, cientistas de computação e engenheiros realizam a atividade da análise objetivando o detalhamento do problema em termos de todos os seus processos e componentes. É um princípio que contradiz a lógica do pensamento sistêmico, pois este estabelece que devemos observar os fenômenos ou as coisas do mundo de modo a compreender todas as partes e as interrelações das mesmas. Podemos propor que a Análise seja uma visão reducionista acerca da complexidade do mundo, dos fenômenos, da sociedade e das organizações. O livro busca acabar com a ilusão de que o mundo é feito por forças separadas e que, ao contrário, à medida que ele se torna mais interligado e os negócios mais complexos e dinâmicos, o trabalho precisa ligar-se profundamente à aprendizagem.
Sobre esta última afirmativa, Senge discorre sobre a denominada Aprendizagem Organizacional. Esta atividade é fundamental no contexto das organizações intensivas em conhecimento. Uma organização com capacidade de apreender pode desenvolver outros quesitos importantes para sua sobrevivência na sociedade do conhecimento, tais como, Inovar, que como conseqüência pode propiciar sua capacidade de melhor competir, também, a aprendizagem contribui para a construção da denominada Memória Organizacional, objetivando armazenar, de modo formalizado e estruturado o conhecimento inerente às suas atividades, processos, experiências resididas nos indivíduos ou no trabalho coletivo.
Senge discorre sobre sua proposta das cinco disciplinas que devem ser exercidas para se alcançar sucesso em nível organizacional, que são: 1-Domínio Pessoal: para expandir as capacidades internas e promover um ambiente organizacional participativo; 2-Modelos Mentais: permitir que cada um reflita sobre sua visão de mundo; 3-Construção de uma visão partilhada: para estimular o engajamento; 4-Aprendizagem em equipe: fazer com que a capacidade do coletivo seja maior que a soma dos talentos individuais, ou seja, extrapolar as capacidades individuais propondo criar algo inovador; 5-Pensamento Sistêmico: esta é denominada A quinta disciplina, fundamental para a realização de todas as demais anteriores. O raciocínio sistêmico é o alicerce da organização que aprende. Reconhece que as empresas e os outros feitos humanos são sistemas, e como tal, seus componentes estão conectados por fios invisíveis de ações. Ao se enxergar estes “fios invisíveis” é que estamos aplicando a visão sistêmica.