A notícia trata de empresas que, visando diminuir o tempo que seus funcionários perdem no trânsito se locomovendo de suas casas até o trabalho, estão instituindo um "coordenador de mobilidade", o qual é responsável por analisar qual a melhor forma para que essa locomoção ocorra. Nesse sentido, um projeto-piloto está sendo implantado pelo Banco Mundial nas cidades de São Paulo e Cidade do México, propondo interessantes soluções para tal adversidade.
Uma das propostas apresentadas foi o sistema de caronas, através de um site - Caronetas - que permite que funcionários identifiquem colegas que morem perto de suas residências, possibilitando assim a divisão do carro e de custos. Outra opção bastante citada é o teletrabalho, no qual a pessoa trabalha de sua própria casa. Existe ainda a alternativa chamada "semana comprimida", em que eleva-se o número de horas trabalhadas em certos dias, possibilitando com isso a folga em outro.
A gerente de marketing do hotel Hilton organiza um estudo que oferece dicas sobre os melhores trajetos utilizando o transporte público, explicações de como funciona o site de caronas, entre outras sugestões. Segundo ela os funcionários ficam bastante agradecidos com o projeto.
Outra possibilidade bastante debatida é fazer o trajeto pedalando. Existe inclusive uma ONG, a Bike Anjos, que auxilia interessados dando palestras ou até mesmo acompanhando individualmente pessoas que tenham receio de utilizar biciletas para fazer tal percurso. Segundo o arquiteto Igor Simões, a maior resistência que ele encontra em seus clegas quanto à bicicleta, se dá não tanto pelo medo de acidentes, mas mais pela falta de vestiários e chuveiros nas empresas, e é por isso que a cura para tal deficiência já vem sendo estudada por tais.
O consultor chamado para a realização do projeto, o americano Peter Valk, conta que nos Estados Unidos algumas cidades obrigam os empregadores a ter um plano de mobilidade para os funcionários. Para ele, as companhias também se beneficiam desses planos, tendo em vista que, segundo o especialista, esta é uma forma de agradar os bons funcionarios, fazendo com que permaneçam na empresa.
Por fim, outro fator relevante para que o empregador se preocupe com o trajeto se seus funcionários é a produtividade. Visando acabar com os atrasos de seus empregados, em sua maioria justificados pelo trânsito, o dono de uma cantina e de uma escola de inglês da Grande São Paulo, utilizou-se do site trabalhadorperto.com para encontrar e contratar funcionários que morem a menos de 10 quilômetros de seus empreendimentos.
Com tudo isso, acredito que existam meios suficientes para que uma empresa consiga conciliar produtividade e empregados satisfeitos, contando sempre, claro, com o auxílio da tecnologia, da internet e da criatividade, os grandes nomes do mundo atual. Os empregadores devem sempre considerar que funcionários felizes e tranquilos fora do trabalho, também assim estarão dentro da empresa, e isso muito depende do tempo e de como o trajeto casa-trabalho-casa é feito. Seja de bicicleta ou dividindo custos do carro, seja pelo teletrabalho ou pela semana comprimida, o fato é que faz parte da modernidade encontrar maneiras para se driblar a falta de infraestrutura das cidades associada ao excesso de automóveis nas ruas, de modo que se consiga diminuir o stress em todos os âmbitos da vida. Por fim, é importante destacar, que empresas que demonstram interesse pelo dia-a-dia de seus funcionários, tendem a incentivá-los a permanecer naquele local, e criam certo vínculo que acaba por os incentivarem em suas obrigações, resultando em empresas muito mais bem resolvidas social e economicamente.
Júlia Padova Cornelius