Velocidade, tecnologia e movimentos de resistência


PorAnônimo- Postado em 18 junho 2009

Virilio, em sua obra Velocidade e Política (São Paulo: Estação Liberdade, 1996), trabalha com o termo dromologia, definido como o estudo da velocidade. Virilio considera a velocidade como valor e medida a partir do advento da revolução técnica e com a construção da ciência e da tecnologia como fontes de desenvolvimento e progresso.

A partir do momento que a velocidade passa ser a “medida”, ela divide a humanidade em povos esperançosos, os que capitalizam a velocidade para continuarem projetando-a infinitamente e povos desesperançosos que são imobilizados pela inferioridade de seus veículos técnicos, vivendo e subsistindo num mundo finito. A lógica aproximada do saber/poder é eliminada, cedendo lugar ao poder/mover, isto é, ao exame das tendências, dos fluxos.(p. 57)
Neste sentido, podemos fazer um paralelo com os recentes estudos des-coloniais. Para estes teóricos os conceitos de modernidade e colonialidade expressam o controle econômico e cultural dos grupos subalternos e também o controle e o silenciamento dos saberes subalternos. Sendo assim, o “colonizador” representa o avanço, a razão, a ciência, a tecnologia, em contraste com o “colonizado” que representa o atraso, a violência, as tecnologias obsoletas, etc.
Entretanto, embora a velocidade e a tecnologia colaborem para o estabelecimento de uma hierarquia etno-racial global, na atualidade também podem atuar como elementos resignificados a favor dos subalternizados. Novas formas de intervenção política, Internet e tecnologias digitais, são utilizadas pelos movimentos de resistência a nível mundial. Um dos exemplos que podemos citar é a página do FSM na Internet que atua ativamente como instrumento de articulação global contra-hegemônica.