Série resenhas #1 - Análise qualitativa da informação e dos indicadores no relatório Justiça em Números


PorLahis Kurtz- Postado em 10 outubro 2016

         Eu não sei quem vai acessar esse texto, pensar sobre ele ou mesmo respondê-lo ou reproduzi-lo, eventualmente. Não tenho como prever exatamente o alcance que terão essas palavras, mas o potencial é, em tese, ilimitado. Essa é uma das possibilidades que a internet trouxe: extensão do poder de acesso e, principalmente, poder de tornar acessível informação.

         Como já diria um clássico dos super-heróis, grandes poderes vêm com grandes responsabilidades. Quem detém informação considerada pública, nessa “nova” cultura, deve disponibilizá-la. Guardar informações públicas é praticamente abuso de poder. Informação é o principal instrumento para a construção de críticas e elaboração de propostas inovadoras.

         Produzir informação acerca de instituições públicas tornou-se um dever. Na cultura do acesso, as tecnologias não só acarretam que ações institucionais possam ser conhecidas, mas que devam ser conhecidas. Como será que esse dever é cumprido? Será que agora podemos saber quais são os problemas com nossas instituições públicas, como elas (bem ou mal) funcionam?

         Olhando de fora, quem parece estar investindo seriamente para responder “sim!” a essa pergunta é o poder judiciário brasileiro, com seus relatórios Justiça em Números. Eles disponibilizam desde 2004 diversos dados sobre seus órgãos e funcionamento na internet (o próximo sairá no dia 17 de outubro de 2016, inclusive). Tudo é reunido em um único documento: você encontra, online e grátis, ano a ano, números e análises sobre o funcionamento dos órgãos julgadores de nosso país.

         É por tudo isso que os olhares, no artigo “Análise qualitativa da informação e dos indicadores no relatório Justiça em Números”, voltam-se a analisar o quê, de fato, é informado por esses relatórios. Qual é a imagem do poder judiciário que podemos acessar nesses documentos todos? Uma visão sistêmica permite encontrar neles informação à altura desses novos poderes tecnológicos? O poder de acessá-la faz diferença ao público? Fica o convite à leitura do capítulo, escrito em coautoria com o prof. Aires J. Rover, no ebook “Engenharia e gestão do judiciário brasileiro: estudos sobre e-justiça”.