AS REDES SOCIAIS NO GOVERNO ELETRÔNICO


Porjeanmattos- Postado em 04 dezembro 2012

 

 AS REDES SOCIAIS NO GOVERNO ELETRÔNICO

Gisele Vasconcelos Dziekaniak

(Resumo)

 

 

Resumido por Jean Mattos Alves Teixeira

 

Acadêmico de Direito/UFSC

Acadêmico de Gestão em Segurança Pública/UNISUL

 

 

Resumo: Discute possibilidades pelas quais o fomento das redes sociais não é estimulado no âmbito do governo eletrônico apontando resistência na promoção destas redes pelo governo, visando envolver o cidadão na gestão governamental. Crê que a promoção do uso de redes seja um catalisador para que o cidadão para que o cidadão se desenvolva intelectual e socialmente, fornecendo a ele instrumental que o torne apto ao exercício da cidadania e ao amplo acesso às informações, o que possibilitará tornar a sociedade do conhecimento uma realidade para todos.

 

1. Introdução

 

As denominadas tecnologias de informação e comunicação (TICs) oportunizaram e possibilitaram novos formatos de comunicação e trocas simbólicas entre indivíduos. Barreiras geográficas foram rompidas. Mais da metade da população brasileira já teve acesso ao computador e, cerca de 40% possui pelo menos um em sua residência. Destarte infere-se o potencial brasileiro de direcionar mais os serviços públicos via internet, fomentando e facilitando a aproximação das demandas da sociedade perante o Estado.

As redes sociais gera nos cidadãos a perspectiva de ser mais possível ter voz e vez, independente do lugar, seja ele social, político, espacial, cultural ou econômico em que o indivíduo ocupe na sociedade. Outra característica das TICs é o fomento à tomada de decisão em diversos fóruns de discussões e opiniões no ciberespaço. A representação do cidadão é legitimada pela consciência intelectual e moral desenvolvida pela consciência moral e intelectual através das trocas simbólicas perpetradas pelos indivíduos através das redes sociais eletrônicas.

 

2. Redes Sociais ou e-redes

 

São um dos maiores fenômenos mundiais da prática da comunicação à distância. Tal prática favorece a comunicação sem fronteiras formando e consolidando identidades de grupos sociais. Consoante Wasserman e Faust (1998) “uma rede social consiste de um ou mais conjuntos finitos de atores [e eventos] e todas as relações definidas entre eles”. Existem diversos tipos de redes sociais, com objetivos distintos. De relacionamentos sociais temos, por exemplo, Orkut, Facebook americano e MySpace, entre outras. Estas juntas no mundo inteiro contam com mais de 308 milhões de usuários. Existem também as redes sociais com o fito de desenvolvimento político, social, político e econômico. Elas primam por tornar horizontais as “relações de poder” e os círculos de decisão na sociedade contemporânea, dando oportunidade a todos de participar de decisões de interesse comum da sociedade.

Por e-participação entendemos o fenômeno tecnológico oportunizado pelos canais de tecnologia de informação e comunicação que possibilitam a participação dos cidadãos, via ambiente eletrônico. Somente atingiremos a plena cidadania no país, quando os cidadãos se tornarem conscientes de seus direitos e deveres sociais. O meio pelo qual isto poderá se perfectibilizar é a e-participação.

Por e-cidadania entendemos como um dos modelos ideais do exercício cidadão. Os serviços denominados “e” (abreviação de eletrônico) favorecem e possibilitam esta comunicação e participação à distância, inserindo os cidadãos nas decisões da sociedade. O que se busca através da e-cidadania é oportunizar e estimular a criação de canais formais de comunicação efetivos, para que os cidadãos possam exercê-la junto à sua comunidade, sociedade e poderes legislativos e executivos.

Uma das principais contribuições das redes sociais é a união e a articulação dos indivíduos, os quais através delas, se organizam de maneira igualitária, favorecendo a potencialização do desenvolvimento social, político, econômico e cultural. Participar de uma rede social é um exercício, sobretudo, político. As redes sociais devem ser entendidas como um instrumento de agregação de valor às relações entre a sociedade civil organizada e o Estado.

 

3. Governo eletrônico (e-Gov)

 

Torna-se importante o surgimento de redes sociais que viabilizem a existência de redes sociais que viabilizem a existência do e-Gov participativo, sempre com um olhar que torna parceiros governo e cidadãos.

O governo eletrônico é a governança pública através das tecnologias da informação e comunicação. Apesar de existirem projetos governamentais através dos quais falicitam, através da redução de impostos, a aquisição de computadores pelas classes menos favorecidas. Só que estes programas não contemplam o que fazer com estes computadores. Faz-se mister que o Estado não tenha tão somente a filosofia de aparelhar mas sim a de fomentar a educação via tecnologia da informação preparando a população para a entrada na sociedade do conhecimento.

Às redes sociais podem ser utilizadas para potencializar o governo eletrônico. O grande potencial das redes se refere ao fato de que a informação não se encontra mais centralizada, o seu poder de circulação é muito maior e dinâmico e a tecnologia trabalha justamente em prol dessa disseminação (Ribass; Ziviani. 2008, p.3). Quando se fala em e-Gov, deve estar incluída nessa discussão, a filosofia de transparência, da confiabilidade, e do respeito a privacidade do cidadão.

 

4. Reflexões acerca dos motivos para não ocorrer colaboração efetiva entre governo e sociedade através do e-Gov e das redes sociais.

 

O cidadão já aprendeu a se comunicar eletronicamente. A problemática está em por que o governo ainda resiste em utilizar desse saber-fazer para desenvolver e envolver o cidadão no universo político? Não existem canais de comunicação férteis entre governo e cidadão. A maioria destas causas esteja relacionada ao desinteresse governamental para que as redes sociais obtenham sucesso. Para que uma rede funcionar é necessário que os indivíduos se manifestem, troquem informações, divulguem ideias, abram pautas para discussões e pleito. O cidadão é o autor/fator principal de sucesso ou fracasso desta estrutura.

Um dos principais motivos que dificultam o cidadão de participar ativamente de fóruns eletrônicos governamentais populares para opinar e tomar decisões, seja o fato de que o cidadão tem o sentimento de que suas demandas não serão respondidas. Quanto à descentralização da informação e do conhecimento é outra questão vista com receio pelos governantes. Crê-se que um dos principais motivos para que o e-Gov não se valer das redes sociais é pelo fato de que as redes sociais serem formadoras de opiniões. Na discussão em uma rede social, em que um problema está em tela, é dado, pelos participantes, diversos caminhos/soluções, e, geralmente, as decisões pós discussão marcha em um único sentido. Logo o pensamento se unifica, toma o poder de desestabilizar estruturas tradicionais, até mesmo inquestionadas. Percebe-se que na região sul do Brasil o governo dos Estados vem tomando passos em direção ao diálogo entre o Estado e o cidadão.

 

5. Considerações finais

 

As redes sociais eletrônicas podem contribuir para o desenvolvimento da sociedade do conhecimento, a e-participação, e a e-cidadania no cenário do governo eletrônico. Entretanto a realidade social aponta abismos e dificuldades entre Estado-Sociedade. No entanto o texto buscou apontar alguns fatores que estão dificultando o amplo acesso às redes sociais pelo cidadão comum em busca do diálogo governo-sociedade. As redes sociais é uma facilitadora no que se refere ao exercício da democracia direta-aquela em que cada cidadão tem vez e voz.

Ao mesmo tempo em que grande parcela da população não tem acesso à internet, os governos se omitem da responsabilidade de prover o acesso a ela. Quanto à disponibilização ao acesso à informação, essa pode constituir-se através da criação de terminais conectados à rede, ou através de acesso gratuito a sites de ensino do governo ou de redes sociais via aparelho celular.