Redes sociais e a política: usuário e algoritmos pautando eleições


PorLahis Kurtz- Postado em 09 agosto 2016

Lembra de como mencionei que os algoritmos de redes sociais como Facebook podem pautar agendas, mesmo que sem intenção de programador algum?

Agora, não é mais só o algoritmo. Pense na influência que as redes sociais podem ter sobre a informação que chega até você. Onde você vê primeiro as notícias? Como você chega à conclusão que determinado fato é importante?

De um jeito ou de outro, as redes sociais têm um importante papel na formação de pautas de conversa.

Mas essa influência está ganhando novo formato: possibilidade de exibição ao vivo de eventos políticos e midiáticos na internet, ao estilo grande rede de notícias – mas com o protagonismo de reações do público e vídeos feitos pelos usuários. Os estúdios do Facebook Live e o Salão Azul do Twitter já ditam o estilo da transmissão de informações sobre as eleições presidenciais americanas.

Se os candidatos já mudaram tudo ao aderirem às redes sociais para suas plataformas eleitorais e aproximação com o público – e há artigos, inclusive do nosso grupo de pesquisa, analisando essa inserção –, o que muda agora que o público vira protagonista? Não basta mais o próprio candidato investir em um bom perfil ou página em rede social.

Agora nós (usuários de redes sociais) é que potencializamos um ou outro viés ao curtir, compartilhar e postar. Mas ainda é o algoritmo, com auxílio de um espaço especial para agregar esse tipo de conteúdo, que irá ditar que partes dos discursos e atos de políticos ganham visibilidade. Ele decidirá as regras sobre o que nos é mostrado para que tenhamos nossa reação.