O significado da vitória do Bambam


PorGisele Leite- Postado em 12 janeiro 2013

Autores: 
Gisele Leite

O significado da vitória do Bambam

A vitória do Bambam consagra mais uma vez o populismo dos ingênuos, dos tolos e bobos, enfim, dos que são fáceis de manipular e de se entreter.

É como se ridicularizasse um país inteiro, infantilizasse todo um povo que chora por uma pseudo boneca e, ainda por cima tem sotaque do interior.

Tudo bem que quando a tribo é grande possa ter vários dialetos. Mas que estes, ao menos, sejam inteligíveis. O ícone bambam é altamente deseducador ( lesivos às crianças e adolescentes que se seduzem pelo fácil sucesso a qualquer custo).

 

Agora lá vem ensaio fotográfico, entrevista, novelas e, toda sorte de consumo da imagem.

 

O infeliz agora remediado com os quinhentos mil reais do prêmio apesar de ter sido rejeitado por todos, conseguiu galgar a estúpida piedade do público e, de quem quer manter as coisas exatamente como estão, mas demonstra algum resquício humano.

 

A mãe do Bambam assistiu de camarote o filho humilhado e repudiado e, só poderia depor submersa em lágrimas por não poder defender sua cria.

 

A mãe do André teve também que aturar insinuações caricatas a respeito de seu filho que foi tachado dos adjetivos mais atrozes e refrigerados.

 

E, ainda por cima, vem o pessoal do Casseta e Planeta com seu peculiar humor ácido, calcar ainda mais o dedo sobre as feridas abertas. Fazendo piadas de bulimia, de homossexualidade, de baianidade, da beleza e da miséria mental dos brothers do programa.

Ninguém sai ileso de um ridículo e desumano confinamento que não respeita a dignidade humana e nem mesmo as diferenças individuais. É absolutamente óbvio o dano moral causado pela mídia (aos participantes e seus familiares) que de maneira nenhuma pode cobrir através de um contrato inescrupuloso.

É imprescindível lembrarmos que os contratos apesar de realizarem lei entre as partes, não poderão jamais conter objeto ilícito. Entendendo tal ilicitude não só uma afronta à lei, mas também aos princípios consagrados pelo Direito, como o da dignidade humana e, ainda a moral e aos bons costumes.

Está consagrado contemporaneamente que o princípio da autonomia da vontade se rende ao princípio da supremacia da ordem pública mitigando a força obrigatória dos pactos.

Ademais, os danos psicológicos sofridos pelos brothers mesmo assistidos pelos profissionais qualificados são mesmo definitivos e irreversíveis, capazes de render-lhes transtornos psíquicos pelo resto de sua vida.

E tudo isto, por algum breve instante de fama. O que reforça a nulidade do pacto.

O escárnio do outro constitui-se em lazer, e, foi indisfarçável o constrangimento do Pedro Bial.

Aliás, nem Marisa Orth resistiu apesar das belas pernas à marcha dos acontecimentos do programa.

Relatar que o aguçamento dos ódios e amores é perfeitamente normal, é no mínimo, prosaico pois todos foram irremediavelmente tratados como ratos de laboratório e, não sei ao certo se tal experiência não lhe desumanizaram um pouco.

Aguardemos que a remissão dos pecados globais vá realmente pagar o preço da fama efêmera, da brutalidade contínua de ser literalmente empacotado para o consumo da mídia.

Então, fica combinado: o mundo é mesmo dos bobos! E, pior que ainda vai ter a segunda versão da mesma tragédia....