O QUE É CIÊNCIA COGNITIVA? – Francisco Varela; E. Thompson; E. Rosch.


PorRobertoamaral- Postado em 10 maio 2011

“A ciência cognitiva ainda não está consolidada como uma ciência amadurecida”, esta é a definição de Francisco Varela e outros, no livro “A Mente Corpórea” que trata da ciência cognitiva e experiência humana. No capitulo, objeto deste paper, vemos que a ciência cognitiva é uma filiação dispersa de várias disciplinas: lingüística, neurociência, psicologia, antropologia e a filosofia da mente.

            O aspecto transdisciplinar desta nova ciência estará sendo clarificado, nos próximos anos. Esta historia merece ser contada de mais de uma maneira, é uma saga romanceada, assim diversos historiadores modernos, e filósofos, vêem as mudanças na imaginação cientifica, através dos tempos.   O que conhecemos hoje por ciência cognitiva sempre esteve conosco. A sistematização destes conhecimentos sob a ótica de complexidade é o que os cientistas estão fazendo, nestes trinta anos através do programa cognitivista. A tecnologia ao explorar cientificamente a mente está fornecendo elementos para o seu mais fácil entendimento.

            A inteligência artificial, os jogos de computador, são as partes mais visíveis do iceberg, que é o cognitivismo. Por isto, os meios de comunicação são despertados para este assunto, dando maior visibilidade a esta narrativa. O livro procura dar maior abrangência ao assunto, tratando com diversidade de perspectivas, dentro do campo do cognitivismo.

            Foram elencados três estádios (campos) para melhor compreensão da matéria, em um mapa concêntrico. O primeiro, o “cognitivismo” propriamente dito. Neste estádio são plotados os autores, que pelos seus trabalhos, refletem atividades da metáfora-guia, baseada no computador digital, ou seja, em operações de manipulação de símbolos, para representar aquilo que se pretende. Tem a virtude de se apresentar como um programa definido, apoiado por instituições prestigiadas, revistas cientificas, tecnologia aplicada. Muitas vezes se confunde com a própria ciência cognitiva.

             O outro campo chamado de “emergência” privilegia os aspectos ligados a conexionismo. A idéia é a de que muitas tarefas cognitivas são realizadas pela interação de elementos simples, que ligados por regras apropriadas, dão origem ao comportamento correspondente à tarefa desejada. Estas conexões são muitas vezes complexas, dando origem à emergência de um estado global superior. Esta segunda alternativa surgiu pela noção que habitamos num mundo sensorial de propriedades particulares como: comprimento, cor, movimento, sons, etc... A recuperação destas propriedades se dá pela representação externa do individuo, o “nós” separado e o objetivo, operando todos estas coisas.

            Finalmente temos o campo da “Enação”. Esta alternativa está baseada na pluralidade das maneiras de “ver” o mundo. Mostra que a cognição, não é a representação de um mundo preestabelecido, elaborada por uma mente predefinida. É a conjugação de uma rede de atores, e de ações executada no mundo, e por ele percebida. Portanto, complexa.