O acoplamento social dos vertebrados


Porisabel santos- Postado em 03 abril 2011

Este texto apresenta a ocorrência do acoplamento social dos vertebrados, segundo o livro "A ÁRVORE DO CONHECIMENTO" de Maturana & Varela.  

Importa conhecer como os vertebrados interagem entre si e com o meio. Ao observarmos como acontece o acoplamento de terceira ordem, isto é, interações entre organismos com sistema nervoso e de caráter recorrente onde se estabelece um acoplamento estrutural que mantém a individualidade de ambos, constatamos que assim como no caso dos insetos sociais, o acoplamento estrutural de terceira ordem também ocorre com os vertebrados, com diferença na forma de interação.

Os autores nos convidam a imaginar um rebanho de antílopes em fuga. O acoplamento social é percebido na formação, que tem à frente o macho dominante, seguido das fêmeas e dos filhotes, e na retaguarda os outros machos, onde um fica para trás para manter o estranho sob suas vistas.  È conhecida como a “fuga astuciosa”, onde o comportamento do rebanho descreve que diferentes animais cumprem diferentes papéis, para executar uma atividade que seria impossível isoladamente.

De modo inverso, no exemplo dos lobos, “que também vivem em grupos, coordenando seus comportamentos por meio de muitas interações olfativas, faciais e corporais”. A atividade de perseguir, acossar e matar uma presa maior e mais forte que um lobo, só é possível porque eles agem de maneira coordenada como unidade social.

No exemplo, se observa modos de interação fundamentalmente visuais e auditivos. O caso dos lobos é parecido com o dos insetos sociais, porém diferente pela maior flexibilidade permitida pelo sistema nervoso e o acoplamento visual-auditivo dos lobos.

Em outro exemplo, os autores usam os primatas. No caso dos babuínos, no comportamento grupal é observado uma “contínua e múltipla interação gestual, postural (visual) e tátil entre todos os indivíduos do grupo”. O acoplamento intragrupal tende ao domínio dos machos, e cada indivíduo está continuamente ajustando sua posição. A formação durante a migração ou em situação de ameaça tem no centro os machos dominantes, as fêmeas e os filhotes; e os outros machos (adultos e jovens) e fêmeas vão à frente e atrás. Há diferenças comportamentais, porém, “há um estilo de organização grupal dos babuínos que se generaliza de bando em bando e reflete a linhagem filogenética compartilhada por eles”.

Por fim, os autores citam que “os chimpanzés tem uma organização grupal muito mais fluida e variável e criam grupos familiares extensos, que permitem muita mobilidade individual”, onde “cada grupo de primatas tem suas peculiaridades”.

O entendimento dos fenômenos sociais, aqui de maneira particular a dos vertebrados, contribui para a nossa reflexão sobre o mundo que vivemos e onde compartilahando do processo vital.