Governo eletrônico é utilizado por 22% da população brasileira

O uso do governo eletrônico alcança 22% da população em todo o território nacional. Considerando somente a área urbana, 25% das pessoas utilizaram algum serviço disponibilizado pelo governo por meio da internet, percentual que cai para apenas 7% na área rural.

Os dados constam dos resultados complementares da 4ª Pesquisa Sobre Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil - TIC Domicílios 2008, divulgados pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br).
Para o secretário de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento e membro do CGI.Br, Rogério Santanna, esses resultados mostram que a utilização dos serviços de governo eletrônico está diretamente vinculada ao acesso à internet.  A TIC Domicílios constatou que assim como o acesso ao governo eletrônico cai consideravelmente na zona rural, o mesmo acontece com a internet: enquanto 20% dos lares na área urbana estão conectados à rede, a posse de uma conexão foi identificada em 4% dos domicílios na zona rural.
A pesquisa mostrou que 30% dos entrevistados da Região Centro-Oeste utilizam serviços de governo eletrônico. Esse percentual cai para 25% na Região Sudeste, 23% na Sul, 20% na Norte e 15% na Região Nordeste. Também identificou que as pessoas com maior instrução e renda são as que mais utilizam o governo eletrônico. Enquanto 71% dos entrevistados com curso superior informaram usar esses serviços, a penetração cai para 10% junto aos usuários com ensino fundamental. O percentual de utilização é de 77% na classe A, 52% na B, 24% na C e somente de 5% nas classes D e E.
Outro aspecto apontado pelo levantamento é que quanto mais jovem a pessoa, maior a probabilidade de ela usar esses serviços. Enquanto 39% dos usuários com idade entre 16 e 24 anos informaram utilizar o governo eletrônico, esse percentual cai para 10% junto aos usuários com idade entre 45 e 59 anos e para apenas 1% junto às pessoas com 60 anos ou mais.
Os serviços mais utilizados envolvem a obtenção de documentos e o pagamento de taxas. Entre os principais estão: consulta ao CPF, emissão de atestados e comprovantes, declaração do imposto de renda e o pagamento do IPVA, multas, licenciamento de veículos e outras taxas de serviços públicos. 
Entre os principais motivos apresentados pelos entrevistados para não serem usuários de governo eletrônico estão a preferência pelo contato pessoal e a preocupação com a segurança dos dados. Também foi apontada a dificuldade em usar a internet para fazer contato com a Administração Publica.
 

Análise: A utilização do governo eletrônico, como mostra a notícia, ainda é restrita a uma minoria, que são os mais ricos e mais jovens. Entretanto, a implantação do governo eletrônico permite aos que não teriam acesso nenhum, poder ter um acesso, ao menos limitado.

O governo eletrônico é uma ferramenta importante para diminuir também a burocracia no setor público, porém o primeiro passo nessa direção é a promoção de mudanças na administração pública.

Uma das primeiras mudanças a serem feitas é a da cultura hierárquica que existe dentro das instituições. Deve-se ceder lugar aos mais jovens, e reconhecer que eles têm muito a contribuir. Os governantes também têm que entender que a participação da população é fundamental.

O governo não deve se preocupar apenas com dominar esse conhecimento, deve torná-lo público, deve tomar outros países que o antecedem como exemplos e seguir seus bons rumos quanto à modernização do governo.