Notícia - Economia hacker gira US$ 150 bilhões


Pormarina.cordeiro- Postado em 25 outubro 2011

 

Cada vez mais especializados, criminosos virtuais têm faturamento global equivalente a 40% do PIB argentino. Hackers montam rede em que cada integrante tem uma tarefa, como o criador de vírus e o "caça-vítimas".

Os criminosos virtuais do mundo todo faturaram US$ 150 bilhões com dados roubados de pessoas físicas e de empresas em 2010. O cálculo é do Ponemon Institute.
O valor é 40% do PIB da Argentina no ano passado e o quádruplo do uruguaio. E equivale a 16 vezes a quantia girada pelo comércio eletrônico brasileiro no período.
Os ganhos são obtidos de várias formas: por exemplo, por meio do roubo de senhas e números de cartões de crédito de usuários da web desavisados que colocam informações desse tipo em computadores, celulares ou tablets. Mas dados corporativos confidenciais, e valiosos no mercado, também estão cada vez mais na mira. (...)
Especialização
(...) A ação dos cibercriminosos tem se tornado cada vez mais especializada para chegar direto ao ponto: informações que rendam dinheiro.
"Há 10 ou 15 anos, o hacker era um vândalo que queria "pichar" sites, deixar sua marca", diz Eduardo D'Antona. "Agora é diferente. Eles querem passar despercebidos para roubar algo que tenha valor", completa.
Surge, então, uma verdadeira rede de trabalho montada pelos hackers, para atuar "no atacado", com funções bem determinadas, como em uma empresa. E a prestação de serviço de um cibercriminoso para outro também tem um preço e ajuda a girar essa economia. Cada integrante tem uma tarefa: um desenvolvedor de vírus, um "caça-vítimas", um "fantasma" -que entra no computador infectado e sai dele com a informação sem ser notado- e um "negociador", que transforma os dados roubados em dinheiro.
O volume (de hackers) cresce rápido, principalmente depois das crises econômicas, quando muitos profissionais perdem seus empregos."

(Economia hacker gira US$ 150 bilhões. FUSCO, Camila; MATO, Carolina. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/mercado/925608-economia-hacker-gira-us-150-bilhoes-em-todo-o-mundo.shtml. Acesso em 22/10/2011.)

Análise:

É fato que qualquer pessoa minimamente conectada e habilitada a usar as tecnologias da informática pode, atualmente, tornar-se um criminoso online. Entretanto, também é fato que, essas mesmas pessoas, ao perceberem-se aptas ao faturamento de dinheiro através desses crimes, passam a especializar-se para aproveitar as oportunidades.

A notícia aborda que, esses criminosos da informática, conseguem movimentar uma grande quantia de dinheiro – 150 bilhões de dólares em 2010 – com essa atividade ilegal. E ainda, para aumentá-la, formularam até uma divisão de trabalho – podemos até fazer uma analogia com a divisão social do trabalho, de Marx: dividem-se os trabalhos para diminuir o tempo de produção e maximizar a mesma – em que cada hacker realiza uma função determinada. Cada função possui sua remuneração e um cibercriminoso pode prestar serviços para outros.

Logo, é claro que qualquer pessoa pode cometer um delito online: por exemplo, com as crises econômicas – e, portanto, com o desemprego de diversos profissionais, estes buscaram uma saída rápida tornando-se hackers. Ou também cometê-lo apenas para ‘deixar sua marca’. Entretanto, aqueles que buscam competição, oportunidades e dinheiro estão cada vez mais se especializando para obter uma maior ‘recompensa’ de trabalho, buscando as informações que mais valem nesse comércio da informática informal e ilegal.