Nietzsche e a sociofisiologia do eu


PorRoger Lamin- Postado em 15 setembro 2017

Autores: 
Herman Siemens

Resumo:

   Este artigo examina as considerações de Nietzsche acerca das fontes sociais e históricas do eu como um contra-argumento à concepção liberal de indivíduo. Defendo que Nietzsche oferece não apenas uma crítica contundente à concepção associal e previamente individuada de pessoa, à qual se conecta a noção liberal de liberdade (compreendida como o direito individual de escolha de sua própria concepção de bem), como ainda um contra-conceito alternativo de pessoa e de soberania. Seus argumentos visam mostrar, em sua dimensão crítica, que o indivíduo ou pessoa é inseparável de seus objetivos ou valores, que são socialmente constituídos, e que nossa capacidade como indivíduos, especialmente para a agência soberana, é o produto de uma longa história e pré-história social. Em sua dimensão construtiva, encontramos em Nietzsche a contra alegação de que a manutenção e o cultivo de nossas capacidades (para reflexão e agência soberanas) são dependentes de relações de um antagonismo ponderado entre nós mesmos enquanto indivíduos, ou antes: como dividua. Esses argumentos serão desenvolvidos no que se segue em consonância com quatro principais linhas de pensamento: sobre as origens sociais e o caráter da (auto) consciência (§I); sobre a (pré) história e a constituição social de nossa capacidade como indivíduos soberanos [sovereign] (§II); sobre as origens sociais do fenômeno moral (como internalização de normas comuns) (§III); e sobre a destruição fisiológica do sujeito moral substancial, seguida da reconstrução fisiológica (§IV).

Palavras-chave: soberania - sociofisiologia - natureza - moral

AnexoTamanho
nietzsche_e_a_sociofisiologia_do_eu.pdf626.41 KB