Linguagem: relações entre indivíduo e grupo


PorRafael_Arns- Postado em 28 outubro 2011

 

A perspectiva trazida por Maturana e Varela ao longo de “A árvore do conhecimento” apresenta uma avaliação das interações entre indivíduos (unidade) e seu meio, sem, para isso, partir de uma avaliação individualista. Isto fica claro, também, quando apresentam as compreensões que têm sobre os conceitos de altruísmo e egoísmo, e de comportamentos que caracterizem estes.

Segundo apresentado pelos autores a manutenção e subsistência do individuo se dá em equilíbrio com a manutenção e subsistência do grupo (conjunto de indivíduos) que engloba o indivíduo. Isto devido à tendência do indivíduo incluir na dinâmica de sua própria manutenção aquela que permitirá a manutenção da unidade superior. Assim, a existência do individual se faz mediante sua inserção no grupo, donde decorre a necessidade da manutenção deste para a garantia da própria subsistência do indivíduo. Tal compreensão permitiu aos autores apresentar a tese de que altruísmo e egoísmo não seriam excludentes, mas coexistiriam na natureza. Estes princípios valeriam para o padrão comportamental humano, respeitadas as condições provocadas pelo domínio da linguagem.

Observando alguns pontos da obra de Lacan e Freud sintetizadas com a hipótese de que relações são construções fantasiosas explicitadas através da linguagem e, tentando realizar um paralelo com o apresentado por Maturana e Varela, seria cabível indagar de que modo as interações indivíduo/indivíduo e indivíduo/grupo agem sobre a subjetividade, assim como, por conseguinte, tal subjetividade reage ao grupo e suas mudanças.

Bibliografia:

FREUD, Sigmund. Psicologia de Grupo e a Análise do Ego (1921). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud Vol.XVIII. Rio de Janeiro. IMAGO 1974

LACAN, J.. Escritos – Jacques Lacan; tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro, RJ. Jorge Zahar Ed., 1998.

MATURANA R., Humberto; VARELA G., Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento humano. Campinas, SP. Editorial Psy II, 1995.