Justiça ambiental entre redistribuição e reconhecimento: a necessária democratização da proteção da natureza


PoreGov- Postado em 04 março 2011

Autores: 
BAGGIO, Roberta Camineiro

A presente tese tem como objetivo refletir sobre a (in)suficiência da
concepção atual de justiça ambiental, entendida basicamente como a busca por
melhor distribuição dos riscos e dos bens ambientais, entre os seres humanos, em
seu espaço de convivência social. Os questionamentos sobre tal concepção surgem
da percepção de que a produção de injustiças ambientais não se limita a uma
questão de justiça distributiva, principalmente quando se trata de violações a direitos
humanos e fundamentais a partir da própria tentativa de proteção da natureza, o que
indica uma não consideração da necessária fundamentação democrática das
relações em sociedade. A insuficiência da concepção de justiça ambiental tem como
base o acompanhamento de uma lógica dicotômica que marca o cenário moderno
dos debates sobre a relação entre seres humanos e natureza: a defesa da razão
instrumental de um lado e, de outro, a compreensão da natureza como fonte moral.
O resultado dessa reflexão foi a busca por uma concepção ampliada de justiça
ambiental ? a partir da teoria do reconhecimento de Axel Honneth ? capaz de
abarcar as demandas advindas do maior número possível de manifestações de
desrespeito social, que envolvem relações entre seres humanos e natureza. A
principal contribuição da construção de uma nova compreensão sobre a justiça
ambiental é colocar a democratização das relações em sociedade como um
elemento fundamental do processo de integração social, pautando-o tanto pela
proteção do meio ambiente como pela manutenção dos direitos humanos e
fundamentais.

AnexoTamanho
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