Inteligência Artificial - Realidade não tão futura.


PorPCesar- Postado em 24 novembro 2011

Programa compositor usa inteligência artificial para criar músicas inéditas

Pesquisadores espanhóis criaram um programa de computador que, segundo eles, permite que qualquer pessoa, sem nenhum conhecimento de música, torne-se um compositor. E, de quebra, eles vislumbram um mundo onde os direitos autorais musicais sejam uma coisa do passado.

Utilizando os princípios da inteligência artificial, Miguel Delgado, Waldo Fajardo e Miguel Molina criaram o Inmamusys, um acrônimo para Intelligent Multiagent Music System - sistema de música de multiagentes inteligentes - que é capaz de criar música em tempo real.

Embora não tencionem substituir os compositores tradicionais, os pesquisadores acreditam que o seu programa é a solução definitiva para os caminhões de gás e para os ambientes públicos e para as esperas telefônicas, que tocam repetitivamente as mesmas musiquinhas cansativas e ruins.

Criatividade de máquina

Segundo o estudo, publicado na revista Expert Systems with Applications, o programa é um "sistema inteligente capaz de gerar música automaticamente, garantindo o grau adequado de emotividade (para lidar com o ambiente criado) e originalidade (garantindo que a composição não se repita, seja original e sem fim)."

Os pesquisadores incorporaram no sistema de inteligência artificial os conceitos que eles acreditam suficientes para lidar com as emoções e os sentimentos de quem ouve a música. O resultado é um programa capaz de criar música autonomamente, numa espécie de "criatividade de máquina".

"Isto é algo que feito normalmente pelos seres humanos, embora eles não entendem como fazem isto. Na realidade, há numerosos processos envolvidos na criação da música e, infelizmente, nós continuamos sem entender muitos deles. Outros são tão complexos que nós não conseguimos analisá-los," diz Molina.

Se o programa tiver sucesso, e passar pela avaliação de quem ouve, será finalmente possível manter músicas inéditas nos ambientes públicos e nas esperas telefônicas. E sem a necessidade de pagar direitos autorais. Mas será que alguém saberá que o caminhão de gás está chegando se a musiquinha mudar a todo momento?

Fonte: InovaçãoTecnológica.com.br

 

Análise:

O ser humano é por natureza um ser evolutivo, diferentemente dos outros animais ele tem sua vida baseada não só em sua sobrevivência como também na transmissão de sua vivência para gerações posteriores. Em uma análise histórica, vemos claramente onde tal compartilhamento de "vivências" nos trouxe, hoje podemos transmitir informações em uma velocidade antes nunca imaginada e em qualidade de detalhes (leia-se som e imagem) nunca vista. Como consequencia vemos um questionamento cada vez maior sobre a Inteligência Artificial, algo que só foi possível a partir da evolução da informática em que tentamos copiar funcionalidades de nosso cérebro para serem utilizadas em máquinas com o objetivo de facilitar nosso próprio cotidiano. Mas o que é I.A, exatamente?

De maneira geral é "uma área de pesquisa da ciência da computação e Engenharia da Computação, dedicada a buscar métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou simulem a capacidade racional de resolver problemas, pensar ou, de forma ampla, ser inteligente" ela em si "visava reproduzir o pensamento humano. A Inteligência Artificial abraçou a idéia de reproduzir faculdades humanas como criatividade, auto-aperfeiçoamento e uso da linguagem. Porém, o conceito de inteligência artificial é bastante difícil de se definir. Por essa razão, Inteligência Artificial foi (e continua sendo) uma noção que dispõe de múltiplas interpretações, não raro conflitantes ou circulares." Temos por exemplo de interpretação múltipla o que Minsk diz:

É a "ciência de construção de máquinas que fazem coisas que requereriam inteligência, caso fossem feitas por homens. De outro, é o estudo que busca simular processos inteligentes ou processos de aprendizagem em máquinas ou que tenta fazer com que os computadores realizem tarefas em que, no momento, as pessoas são melhores. Isso inclui tarefas como se comportar como especialista, entender e falar linguagem natural, reconhecer padrões como a escrita."

Desde o momento em que começou a ser debatida até quando começou a ser reproduzida e aperfeiçoada, a I.A. vem causando certo alvoroço não só no meio acadêmico-científico como no imaginário da população em geral. Isso porque até o momento a ascensão tecnológica vem se mostrando irrefreável e ilimitada de tal forma que "temer" o futuro é algo cada vez mais comum. No geral é plausível aceitar este temor, justamente porque o mais comum é associar a reprodução do pensamento humano com a reprodução do ser humano em si por meio de robôs. Mas na verdade a I.A. é bem mais que isso, temos como exemplo cotidiano o próprio Google, em que por meio de programações definidas torna-se possível realizar virtualmente um trabalho que antes seria realizado por um ser humano.

Tudo depende unicamente onde e de que forma a I.A. será aplicada. No campo do Direito por exemplo seria extremamente útil, como o próprio texto "Limites e perspectivas do uso de técnica computacionais inteligentes no domínio do direito" publicado pelo professor Aires no site da Infojur diz: "os Sistemas Especialistas Legais podem representar uma série de tarefas como enquadramento, tomada de decisões, aconselhamento (predizer as possíveis decisões), argumentação (persuadir quem decide para fazê-lo a favor do cliente), o que permite usos diferentes do sistema. A tarefa de enquadramento legal de uma situação é o primeiro passo para as demais e pode ser perfeitamente implementada em computador. Ademais, não deixa de ser uma forma de classificação que pode ser denotada do próprio texto legal." Em si os S.E.L. poderiam facilitar e integrar todo o sistema judiciário não só removendo a imensa quantidade armazenada de papéis referentes a processos como a pesquisa em jurisprudência e evolução da justiça se tornaria muito mais fácil e rápida, dentre diversas outras vantagens.

O que se tem em foco não é só a questão se a I.A. poderia facilitar a vida humana, isto já é fato, mas sim a infinidade de formas que ela pode ser aplicada nas mais diversas áreas. Foi com esse intuito que trouxe esta notícia, pelo simples fato de que ela não pode e não deve ser limitada a provedores de pesquisa online e a filmes de ficção cientifica, deve-se fazer da I.A. uma ferramenta (em uma comparação grotesca) igual a nossa boca, que serve desde a fala, alimentação até para a respiração.

Temos o simples fato de que o futuro, por mais que tentemos imaginar, se torna difícil saber como será, ainda mais quando o assunto é tecnologia. A continuidade das pesquisas sobre I.A. no mundo científico é praticamente garantida, seja por interesses econômicos ou por mera curiosidade acadêmica até o momento em que ela se tornar ultrapassada por outra tecnologia mais avançada. Tal afirmação é concreta a partir do fato de que enquanto houver interesse em conseguir mais dinheiro com menos esforço, mais pesquisa haverá sobre tema e a médio prazo, com certeza, Inteligência Artificial é um destes temas a serem pesquisados.

Por fim, no meio de todo este processo de transformação e transmissão de conhecimento, qual papel nos cabe? Dentre vários aspectos, temos o dever de no mínimo ter conhecimento sobre aquilo que nos envolve diretamente, sendo que no campo do Direito a I.A. é um futuro inevitável e por mais resistência que encontre, um dia olharemos para trás no tempo e veremos como foram tolos por não aproveitarem tal tecnologia mais cedo, afinal, tudo é questão de interesse.

 

Referências:

Infojur

Portal da Informação

RICH, Elaine. Inteligência artificial. São Paulo: McGraw Hill, 1988.