Fichamento do artigo: "AdvertMaps: um mashup dos dados de óbitos com um aplicativo de mapas para apoio ao governo eletrônico"

De modo a introduzir o tema, o artigo dialoga sobre a importância, a evolução e o impacto da tecnologia da internet sobre a vida das pessoas - e, por ser uma ferramenta de uso prático, a administração pública deve se adaptar a ela, para prover aos seus cidadãos informações e incrementar a comunicação no governo eletrônico.

    É, portanto, interessante disponibilizar mais publicamente bancos de dados sobre informações públicas aos cidadãos; o governo eletrônico propricia este tipo de relação através do que se chama de Tecnologia da Informática e Comunicação (TIC). Os tipos de relações existentes são o G2C (governo e cidadãos), G2B (governo e negócios) e G2G (governo e governo), considerando-se as esferas municipal, estadual e federal.
    Busquets (2006) diz que tais meios de governo eletrônico formam a “democracia eletrônica”, em que o governo torna-se mais transparente, há uma maior comunicação e participação do cidadão e a informação torna-se mais ativa na formação de opiniões pessoais.
   
    Já adentrando mais ao tema específico do artigo, destaca-se a existência do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), que possui registros sobre os atestados de óbitos dos cidadãos brasileiros, administrados pelo Ministério da Saúde.
    Os atestados de óbito são importantes para o Brasil, pois eles fornecem informações quanto às causas de morte (naturais ou violentas) - sendo classificados pelo CID10 (cadastro internacional de doenças) - e, assim, as estatísticas retiradas de tais atestados trazem possibilidades à administração pública de criar políticas públicas específicas para cada local de acordo com as suas necessidades.
    Um exemplo citado no artigo é quanto às mortes violentas: são consideradas como uma epidemia e, por tal fundamento, a ONU e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) reuniram-se diversas vezes para discutir métodos com o objetivo de tentar minimizar a violência e, consequentemente, as mortes.
    Seria de utilidade pública disponibilizar aos cidadãos informações sobre os atestados de óbito (contendo as circunstâncias da morte, o tipo de morte, a autópsia do médico legista e as informações de policiais e/ou informantes).

    Partindo para a questão tecnológica, é exposto o conceito de mashup: uma combinação de conteúdos retirados de diferentes fontes para criar um espaço novo e diferente que oferece um novo tipo de serviço.
    Os mashups são possíveis, pois na atual era informática há uma grande colaboração e parceria entre desenvolvedores que permitem as chamadas ‘plataformas abertas’ - isto é, criar um novo serviço a partir de um já existente, porém que foi liberado para novos usos. Para Brian Lamb, da University of British Columbia, o mashup produz um resultado não imaginado pelos criadores originais.
   

Juntando a informação dos bancos de dados brasileiros com a tecnologia:

A ideia do artigo é que juntar as informações dos atestados de óbito com a função de localização geográfica do GoogleMaps (serviço da empresa Google) traria ao Estado um aplicativo muito útil para a decisão de cidadãos sobre seus domicílios, para empresas fazerem seus investimentos e para o estudo de políticas públicas para a melhoria e desenvolvimento das diversas áreas brasileiras.

Desta forma, dentro de um mesmo aplicativo ter-se-á informações: como os próprios atestados de óbito, as causas de morte - podendo estas ser naturais ou violentas e, dentro destas, homícios, suicídios ou acidentes de trânsito -, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do município/região, estatísticas e exposições geográficas exibidas de forma total (e não individual).

A interface deve conter as informações do bairro, município, estado e código do CID10, além das datas envolvidas, e conter um mapa onde estarão identificados tais aspectos.

Vantagens apontadas no artigo - são apresentadas diversas vantagens que podem surgir com o AdvertMaps:

1. melhoramento do governo eletrônico;

2. pequeno custo de investimento no projeto;

3. serviço gratuito ao cidadão na internet;

4. geografia especificada para o cidadão escolher local de moradia e/ou trabalho;

5. empresas poderão escolher melhor seus investimentos;

6. melhor conhecimento do próprio governo para investir em políticas públicas de melhoramento e resolução de problemas em todas as áreas apresentadas;

7. disponibilizar um espaço para o próprio cidadão apresentar sugestões e soluções de problemas;

8. melhoria na infraestrutura da TIC (tecnologia de informação e comunicação) para melhor suportar os acessos ao aplicativo.

Desvantagens apontadas no artigo - são apresentadas diversas desvantagens que podem surgir com o AdvertMaps:

1. o governo pode não disponibilizar todos os conteúdos necessários para a boa qualidade e completude do serviço;

1.1 desta forma o AdvertMaps ficaria sem credibilidade, pois possuiria informações escassas àquilo a que está se comprometendo;

2. novos aplicativos poderiam surgir com as mesmas atribuições do AdvertMaps, logo, não surgiria muito interesse pelos seus artifícios;

3. caso a TIC não seja melhorada, os acessos poderiam causar lentidão ao sistema;

4. caso haja muitas sugestões dos cidadãos, talvez a resposta do governo não seja tão rápida.

Para os autores, o AdvertMaps precisa ser uma iniciativa pública para a melhoria na comunicação governo-cidadão (G2C). Ao evoluir do aplicativo, poderiam ser contratados especialistas para realizar melhoramentos, poderia surgir uma “Ideagora” (troca de ideias e soluções na internet) e haveria uma análise histórica da mortalidade no Brasil - além das possíveis soluções e sugestões nas ações do Estados para a qualidade de vida do brasileiro progredir.

Conclusões pessoais:

Após ler o artigo e analisar as ideias apresentadas nele, acredito que o mashup contendo informações sobre a mortalidade brasileira juntamente com a geografia da mesma seria uma ferramenta muito útil para o cidadão e Estado brasileiros. Pessoalmente, acredito que a utilidade pública, isto é, a criação de novos planos e projetos do governo para as regiões mais problemáticas seria a vantagem mais positiva e necessária atualmente. Questões como a modernização do governo eletrônico, as escolhas pessoais do cidadão quanto moradia e trabalho e os possíveis investimentos de empresas particulares tornam-se secundárias quando há pontos mais alarmantes, profundos e complexos a restaurar - apesar de todos esses quatro fatores caminharem e evoluírem juntos e um precisar do outro para obterem eficácia.

Entretanto, nas atuais condições do País, não enxergo este tipo de pesquisa e desenvolvimento como algo próximo a ocorrer nas ações do governo. Não exatamente por falta de recursos, porém por uma certa ‘organização’ de problemas a serem corrigidos ainda no cenário nacional e internacional brasileiro. Seria, no entanto, um ganho para governo e cidadão.

Bibliografia:

RUSCHEL, Aírton José; SILVEIRA, Nelson Luiz Rocha; ROVER, Aires José; COELHO, Christianne Coelho de Souza Reinish. AdvertMaps: um mashup dos dados de óbitos com um aplicativo de mapas para apoio ao governo eletrônico. O GOVERNO eletrônico e suas múltiplas facetas. Aires José Rover e Fernando Galindo (eds.). Zaragoza: Prensas Universitarias de Zaragoza, 2010.