A Emergência


PorEloi Yamaoka- Postado em 09 maio 2011

Em A Mente Corpórea, Varela, Thompson e Rosch trata a emergência como o segundo estádio da ciência cognitiva, composta de três: cognitivismo, emergência e enação. 

A emergência tem base na idéia de que muitas tarefas cognitivas parecem ser executadas de uma melhor forma por sistemas constituídos por muitos componentes simples, que, ligados por regras apropriadas dão origem a um comportamento correspondente à tarefa desejada. É a estratégia conexionista que a partir de um conjunto de componentes simples, ligados apropriadamente, obtêm propriedades globais que concretizam e exprimem as capacidades cognitivas. Portanto, toda abordagem depende das ligações apropriadas.

Fazendo um paralelo com a tecnologia da informação e comunicação (TIC), na emergência, não existe necessidade de uma Unidade Central de Processamento para guiar a operação, é a cooperação global que “emerge” quando os componentes participantes atingem um estado mutuamente satisfatório.
Coincidência ou não, a TIC tem evoluído de um modelo centralizado para totalmente descentralizado. Dos antigos computadores de grande porte para milhões de pequenos servidores conectados. Dos antigos sistemas de informações centralizados para componentes e serviços disponibilizados em diferentes locais dão origem novos serviços.

Varela trata como terceiro estádio a "enação", onde a cognição é vista como ação corporizada.

A enação parte dos pressupostos que habitamos um mundo com propriedades particulares como o comprimento, a cor e o movimento e que existe um “nós” separado e subjetivo que opera essas coisas.

O tema de livro de Varela, Thompson e Rosch é a circularidade entre a ciência cognitiva e a experiência humana – a ciência e a experiência em circulação.

Mais uma vez, coincidência ou não, pesquisadores e empresas têm desenvolvido o conceito de User Experience que estuda o que as pessoas sentem usando um produto, sistema ou serviço. Consideram aspectos da experiência, percepções de aspectos como a utilidade, facilidade de uso e eficiência do sistema. É um estudo que pode trazer grandes evoluções no desenvolvimento de novos produtos e serviços. Só não pode ser reduzido ao estudo de projetos de interface humano-computador.