Dos esperançosos-desesperançosos (Paul Virilio) aos incluídos-excluídos digitalmente


PorAnônimo- Postado em 03 agosto 2009

Em seu livro Velocidade e política, escrito em 1977, Paul Virilio desenvolveu análises cabíveis aos tempos atuais no que se refere ao desenvolvimento tecnológico e nova noção de tempo-espaço que o mesmo nos fornece. Centrado na questão da guerra, o autor coloca a seguinte inquietação: “[...] . O problema não é mais o de uma historicidade no tempo (cronológica) ou no espaço (geográfica), mas em qual espaço-tempo?” (VIRILIO, 1996, p. 111)
Para responder a este questionamento, trazendo o debate para a atualidade, podemos ressaltar os ensinamentos de Manuel Castells que explica que vivemos hoje em um “espaço de fluxos” e num “tempo intemporal” (CASTELLS, 1999, p. 398)
Virilio afirma ainda que “ a lógica aproximada do saber/poder é eliminada, cedendo lugar ao poder/mover, isto é, ao exame das tendências, dos fluxos. [...]” (VIRILIO, 1996, p. 57)
Neste contexto o autor diz que “Com realização de um progresso de tipo dromocrático, a humanidade vai deixar de ser plural. Para cair na situação de fato, ela tenderá a se cindir exclusivamente em povos esperançosos (a quem é permitido esperar pelo amanhã, pelo futuro: a velocidade que eles capitalizam dando-lhes acesso ao possível, isto é, ao projeto à decisão, ao infinito - a velocidade é a esperança do Ocidente).” (VIRILIO, 1996, P. 57)
“E povos desesperançosos, imobilizados pela inferioridade de seus veículos técnicos, vivendo e subsistindo num mundo finito.” (VIRILIO, 1996, P. 57)
Diante desta nova separação, entre esperançosos e desesperançosos – feita na segunda metade da década de 70 do século XX- podemos fazer uma analogia com o governo eletrônico que em sua velocidade também cria uma dualidade parecida por meio da inclusão e da exclusão digital.
O Governo brasileiro junto com a sociedade civil organizada têm se empenhado para o desenvolvimento da INCLUSÃO DIGITAL no país , seja por meio da criação de telecentros, que poder ser acompanhada pelo Observatório Nacional de Inclusão Digital - ONID (http://www.inclusaodigital.gov.br/inclusao/onid); seja por meio do programa "computador para todos" , um projeto do governo federal inciado em 2003 (http://www.computadorparatodos.gov.br); seja por meio do programa "computador portátil para professores" (http://www.computadorparaprofessores.gov.br/projeto/apresentacao) ou de vários outros programas e ações que podem ser conferidos no site: http://www.inclusaodigital.gov.br/inclusao/outros-programas