Considerações Palestra Segurança Pública eGov


PorAnônimo- Postado em 06 outubro 2009

Palestra de eGOV (eSegurança e eCidadania) apresentadas por Giovani de Paula (Doutorando) e Edson Quadros (Gestor do SISCON).

Contextualização da Apresentação de eSegurança:

No processo das apresentações efetuadas sobre SEgurança Publica e eGov, inicialmente realizada pelo Giovani de Paula, tratou sobre o contexto do eGov no que diz respeito a Segurança Pública, durante a apresentação foram situadas as expectativas de controle, prevenção e interação dos mecanismos de gestão e suporte de sistemas de informação e de conhecimento, no ambiente estadual e nacional de Segurança Pública. Na continuidade da apresentação, o Edson Quadros, responsável pelo SISCON, um SBC construído para suportar as ações da Policia Militar de SC, relatou a experiência vivida, os motivadores, o contexto de atuação, as lições aprendidas, as evoluções programadas e os fatores críticos de sucesso, além dos riscos de continuidade deste projeto em andamento.

A construção de um SBC e ao mesmo tempo, a montagem de um grupo de analise de informações de segurança, vem ao mesmo tempo interagindo no processo de aprendizagem e de gestão do conhecimento sobre os indicadores de comportamento criminal no estado de SC. O inicio do processo apesar de se caracterizar pelo perfil informal e sem o respaldo institucional necessário,vem permitindo respostas positivas nos resultados alcançados (inclusive a premiação em evento nacional sobre eGov). Em contrapartida aos riscos identificados pelo palestrante de continuidade com relação ao processo em curso estão localizados principalmente na informalidade, no baixo grau de compromisso e compartilhamento, na possibilidade de interoperabilidade e integração com dados com outros sistemas (exemplo: Infoseg no nível do sul do Brasil).

Considerações:

eGov não alcança uma transformação do governo caso seja visto como um programa que seja primariamente dirigido por um departamento específico ou indivíduos dentro do Governo com entusiasmo e responsabilidade pela Tecnologia de Informação. Em vez disso, precisa haver uma mensagem claramente comunicada dos níveis mais altos do Governo (pelo principal governante, se possível) expressando a necessidade de uma maior transformação dentro do Governo.

Para o alcance do sucesso do eGov, é essencial que o nível sênior esteja comprometido com todas as fases desde a regulamentação, modelagem, metas, divulgação e sua implementação. O Governo trabalhará apenas em um nível básico caso não seja adequadamente suportado e promovido pelas pessoas nas posições de liderança chave.

A experiência em outros governos demonstra a necessidade de tomar medidas específicas para promover a colaboração – a colaboração não é um comportamento natural ou padrão em um ambiente de governo altamente estruturado. Em particular, a colaboração efetiva é um pré-requisito para os níveis mais altos de maturidade das aplicações de eGov na qual a tecnologia e os processos automatizados permitem que os usuários interajam com o governo como todo.

Os governos estão redefinindo os padrões para que os departamentos produzam material, informação e conhecimento, além de serviços on-line. Isso inclui o desenvolvimento de padrões de informações tais como metatag, XML, e-mail e outros padrões de compartilhamento de dados bem como definição à medida que os sistemas centrais são compartilhados e não mais proprietários.

Embora significativa, a implantação de tecnologia é uma pequena parte das profundas mudanças solicitadas pelo eGov. As mudanças nas estruturas organizacionais, os processos de trabalho e a cultura são componentes fundamentais para suportar o eGov e mais amplamente, para toda a função do governo e seu relacionamento com a comunidade.

A necessidade de colaboração efetiva através dos limites tradicionais entre os departamentos do governo e entre governos não está limitada ao eGov, mas as possibilidades oferecidas pela tecnologia destacam as barreiras culturais e estruturais para tal cooperação. Os benefícios plenos da transformação do eGov não podem ser alcançados sem uma cooperação efetiva.

Os padrões e as abordagens por todo o governo têm a capacidade de obter economias significativas no âmbito e de maior eficiência. Os departamentos do governo compartilharão informações e interagirão através dos ‘silos’ dos departamentos.

As oportunidades para o gerenciamento de conhecimento e as aplicações através do governo adequadas para a integração e a interoperabilidade estão sendo adquiridas. Os sistemas e as aplicações compartilhadas comuns permitem que os departamentos do governo compartilhem informações através de uma variedade de fontes de dados. Os sistemas compartilhados ainda os poupam de desenvolver os mesmos sistemas para diferentes departamentos.

A ênfase na visão do cidadão transforma o processo de integração das informações e sistemas em um exercício continuo de viabilização de iniciativas que permitem um único ponto de acesso aos serviços prestados baseados nos eventos da vida e nos interesses dos diversos extratos das comunidades a serem atendidas e centrados na satisfação dos clientes. Outro poderoso integrador de departamentos e jurisdições deve ser a consciência comum e compartilhada de que o total atendimento às expectativas do cidadão é o mais importante objetivo do eGov e que como tal deve estar acima de qualquer disputa de poder.

A concepção de modelos estruturados de eGov com planos de implementação detalhados, prioridades, estudos de viabilidade e de sustentação econômica integrados as políticas públicas são identificados nos casos de sucesso pesquisados. Aspectos como capacitação e treinamento, gestão de mudanças, planos de comunicação e mobilização, geração de infra-estrutura de tecnologia e de comunicações, políticas de segurança e gestão de recursos humanos e materiais são componentes obrigatórios identificados.

Os casos de sucesso nos ensinaram que é importante buscar trabalhar as iniciativas que já existem, dando-lhes consistência individualmente, eliminando redundâncias e integrando-as, no lugar de ignorá-las e começar tudo novamente a partir de uma base única. Ao valorizar o que já existe, os esforços necessários são menores e a resistência é mitigada.

Marcus Vinicius Anátocles da Silva Ferreira
Doutorando EGC

FERREIRA, M.V.A.S. e ANCORA, M. L. Benchmarking de Governo Eletrônico. EGov Fórum Internacional, Brasília – DF, 2002.