Comentário sobe o documentário A Última Hora (The 11th Hour)

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O documentário A Última Hora (The 11th Hour, Warner Bros., 2007) foi produzido com a intenção de causar o choque de realidade nos seus espectadores. Com imagens chocantes logo no início do filme, quem até então estava alienado, acreditando que os problemas ambientais do nosso planeta não eram tão significantes, consegue perceber o tamanho do impacto que nossas ações impensadas estão causando em nosso mundo. Ao longo do filme, com depoimentos de peso de diversas personalidades do mundo científico podemos perceber o tamanho do problema que causamos a nós mesmos.

            O filme nos mostra como, após a Revolução Industrial e do advento do capitalismo como sistema econômico vigente passamos a depredar inconscientemente o nosso patrimônio ecológico por meio de pesca e caça predatória, queimadas, emissões de gases poluentes, desmatamento, entre outros ataques a natureza.

            Mesmo sendo uma espécie relativamente nova no planeta Terra já conseguimos agredir o meio ambiente mais do que qualquer outra espécie. E o pior é que na luta contra a fúria da natureza somos combatentes insignificantes. A poluição do ar, o degelo das calotas polares, a poluição dos rios são só exemplos de que em pouco tempo a Terra se tornará um lugar inóspito para diversos seres vivos e principalmente para a humanidade.

            O que a os cientistas e estudiosos do documentário querem mostrar é que para a maioria das pessoas, o que estamos vivendo é um choque entre os nossos interesses e as possibilidades de realização dos mesmos que a natureza nos oferece. Nosso modo de vida, baseado num consumismo desenfreado e que só cresce a cada dia, nossa quase que eterna crença de que as fontes de matérias-primas são inesgotáveis, nos impede de visualizar que a natureza nos oferece tanto e só precisa de um pouco de respeito à suas necessidades em troca do que nos dá.

            No entanto, os especialistas não acreditam que chegaremos ao apocalipse, nem que será impossível revertermos essa situação que parece a cada dia tornar-se mais irremediável. Segundo eles, o meio-ambiente tem em certo grau um poder de auto-regeneração, o que já foi constatado historicamente. O meio-ambiente vai sobreviver a essa "luta", quem corre o verdadeiro risco de desaparecer ou viver de forma extremamente diferente somos nós.

            Por isso, é que devemos ter um senso maior de coletividade. Pensar que nossas atitudes podem afetar a nós mesmos e a toda a humanidade. As futuras gerações, nossos descendentes, talvez não tenham as mesmas oportunidades que tivemos porque não soubemos cuidar dessa enorme herança que vamos deixar.

            Precisamos criar maneiras para nos adaptarmos as necessidades ecológicas, através de novas ferramentas e tecnologias que nos ajudem a difundir a sustentabilidade. O que os ambientalistas pregam não é um retorno a vida primitiva, mas sim, uma política de racionamento de todos os bens naturais que nos estão disponíveis, além de uma melhor educação quanto ao lixo, emissão de poluentes, etc.

            O filme A última Hora, nos abre os olhos, para que não fiquemos alienados as notícias isoladas da mídia, que não mostram o que realmente acontece mundialmente. Mas, além disso, não procura apenas nos assustar e prever uma tragédia para o futuro da humanidade, mas sim, nos dar um pouco de esperança e mostrar que com pequenos e importantes gestos podemos dar um novo futuro tanto para o nosso planeta, quanto para a humanidade.