Cap.I-Habitar Humano


PorAnônimo- Postado em 01 maio 2010

Eras Psíquicas da Humanidade
Somos seres históricos geradores dos múltiplos mundos que habitamos.
Estes por sua vez, surgem como nossos habitares na biosfera, constituindo a antroposfera, que num processo cíclico transformam-na ao habitá-la.
Existimos só no presente, onde passado e futuro são modos de viver o presente que se vive.
O passado é nosso modo de explicar as coerências do hoje, e o futuro é a imaginação transformada de nossos fazeres e sentires do presente.
Somos atores e sujeitos de nossas reflexões
A conservação do viver constitui e realiza a identidade desse viver particular.
O habitar ocorre num fluir de configurações de sentires e de coordenações destes com os fazeres, que definem o curso de seu viver
O modo de viver aparece como um modo de escolher, sentir e reagir
Não podemos descrever o habitar psíquico ancestral de uma classe de organismos, mas podemos interpretar como poderia ter sido, devido ao habitar de agora.
Isto quer dizer que o modo de viver resulta no habitar psíquico, ou seja, este o viver de um indivíduo é resultado de seu modo de viver, sendo sua forma de sentir, escolher e reagir acabam não sendo mais uma escolha. Tornando-se processos independentes
Pessoas com sentires parecidos convivem mutuamente. Nossos ancestrais encontraram o divino no mundo natural, mas no momento em que tentou dominar os deuses, acabou afastando-se deles -> processo autodestrutivo ao tentar dominar a natureza, achando que não fazemos parte dela.
As interações conservam o bem-estar vivido, como coerência psíquica-corporal com o meio que conserva o viver
O devir da história evolutiva está ligado as configurações sensoriais-relacionais. Ex.: gostos, desejos...
Um ser humano flui normalmente em seu viver em um espaço de coerências estruturais sensoriais e relacionais no qual suas interações o orientam momento a momento ao bem-estar psíquico-corporal, embora também possa viver, transitoriamente, e às vezes por longo tempo, em espaços de mal-estar que, se não desaparecem, acabam com seu viver.
Esta obra propõe abstrair a partir do olhar para a evolução do humano, as sensorialidades e emoções fundamentais que guiaram sua história biológico-cultural. São distinguidas as dores fisiológicas, relacionais e as perguntas reflexivas. Estas por sua vez, abrem o olhar e expandem a consciência das coerências sistêmicas do nicho psíquico-relacional, que vai surgindo com o viver.
Ao falar das eras psíquicas, será mostrado as configurações do emocionear do viver cotidiano/distintos modos de habitar nas dimensões do conviver relacional.
Em cada momento das eras psíquicas o ser humano conservou distintos desejos, reteve distintos gostos e preferências fundamentados no habitar do presente que vive
As distintas eras psíquicas da humanidade correspondem, com a dinâmica histórica de transformação integral da psique humana, desde sua concepção, passando pela infância, juventude, fase adulta e maturidade reflexiva, que se configura a cada instante pela maneira como se vive, para onde se orienta e como se entende a natureza e o sentido do humano em sua pertinência à biosfera.
Na visão mítica, este transcorrer da vida humana, da concepção ao seu fim, ocorre como uma dinâmica recursiva, na qual a sabedoria da maturidade leva ao começo de uma nova história psíquica na geração seguinte, que implica a possibilidade da repetição do ciclo, sempre com um consciência ampliada
O recuperar a consciência, como um ser vivo que pode reflexionar sobre seu próprio viver e os mundos que gera nesse viver (olhar sistêmico-recursivo)
A história psíquica do habitar humano pode ser entendida como uma dinâmica cíclica no fluir mítico do nascimento, morte e renascimento -> processo recursivo -> sistêmico-sistêmico -> dinâmica mítica-cíclica -> origem, mudança e volta a origem, que se repetirá cada vez que houver uma mudança fundamental de consciência.